O Centro Interescolar de Línguas (CIL) celebra 50 anos de história no Distrito Federal, consolidando-se como uma política pública essencial na formação de milhares de estudantes. Mais do que ensinar idiomas, o CIL tem sido a porta de entrada para novas culturas e oportunidades pessoais e profissionais, oferecendo cursos gratuitos de inglês, espanhol, francês, japonês e alemão (este último, no CIL 01 de Brasília).
Com 17 unidades distribuídas em 14 regionais de ensino, a rede do CIL demonstrou um crescimento expressivo. Somente entre 2019 e 2025, mais de 350 mil estudantes passaram por suas salas, segundo o Censo Escolar. Para garantir a qualidade dos espaços, o Governo do Distrito Federal (GDF) investiu R$ 1,37 milhão em manutenção predial no mesmo período. Atualmente, 829 professores compõem o corpo docente desses centros, cujo objetivo vai além da gramática, focando na comunicação, expressão e inclusão.
Histórias de sucesso e inclusão
A trajetória de cinco décadas do CIL é marcada por inúmeras histórias de superação. Fernando da Veiga Feitoza, 52 anos, é um exemplo. Ex-aluno da rede pública, ele se formou em inglês no CIL da Asa Sul em 1989. Esse aprendizado foi a base para uma carreira sólida no setor privado. “Trabalhei por quase 30 anos em uma multinacional e agora estou em outra, representando três regiões do país. Tudo começou com o inglês do CIL, que foi crucial desde o meu primeiro emprego”, relata Fernando, que ainda elogia a base gramatical e a exigência do curso.
Para Clara Marinho, 26 anos, com deficiência motora, o CIL representou não só a oportunidade de aprender um novo idioma, mas também um espaço de acolhimento e acessibilidade. “Se não fosse pelo CIL, eu não teria como pagar um curso de idiomas. Ali, me senti em casa. Tive acompanhamento na Sala de Recursos, provas adaptadas e apoio constante dos professores”, conta Clara, que concluiu o inglês, está finalizando o espanhol e atuou como tradutora em uma viagem à Argentina, sentindo-se plenamente comunicativa.
A mãe de Clara, Adriana Marinho, orgulha-se do impacto: “Ela cresceu muito, tanto pessoalmente quanto intelectualmente. A inclusão que ela teve ali fez toda a diferença. Hoje, usamos o conhecimento dela em casa até para traduzir filmes”.
Outra estudante que ampliou seus horizontes foi Emilly de Britto Dutra, 19 anos. Ela estudou espanhol e inglês no CIL 2 da Asa Norte e, graças a uma bolsa da Secretaria de Educação, agora cursa francês na Aliança Francesa. “Falar esses idiomas me abriu muitas portas, não só acadêmicas, mas também em projetos sociais. Abre muitas oportunidades para laboratórios de pesquisa ou cursos profissionalizantes no exterior”, afirma Emilly, que vê o aprendizado de um novo idioma como uma troca cultural que “expande os horizontes de uma maneira incrível”.
O papel essencial do CIL na formação global
Rosana Correia, gerente da Gerência de Educação Ambiental, Língua Estrangeira, Memórias e Arte-Educação (Geapla), reforça a importância do CIL como uma política pública de alta qualidade que se reinventa constantemente. “É uma oportunidade ímpar na formação global do estudante. Ao dominar um novo idioma, ele acessa outras culturas, tem mais chances de vencer os desafios acadêmicos e profissionais. O CIL transforma vidas”, enfatiza.
O Centro Interescolar de Línguas do DF continua a desempenhar um papel vital na educação pública, oferecendo a estudantes de todas as idades a chance de se conectar com o mundo e construir um futuro mais promissor.