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Especialistas defendem diversificação nas parcerias comerciais

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Foto/Imagem: © Ricardo Stuckert


Pesquisadores da área de economia e de relações internacionais veem como positivos os investimentos de R$ 27 bilhões no Brasil anunciados pela China na segunda-feira (12). O valor abrange a indústria automotiva, energia renovável, tecnologia, mineração, saúde, logística e alimentos.

Há ponderações, porém, de que o governo brasileiro deve investir mais na diversificação de parcerias com outros países, em um contexto crescente de tensões e conflitos comerciais impulsionados pelos Estados Unidos.

“Os acordos são importantes, uma vez que favorecerão principalmente quatro setores da economia brasileira: infraestrutura, energia, tecnologia e agronegócio. Esses quase R$ 30 bilhões estão entre os maiores investimentos chineses no mundo nos últimos anos e um dos maiores que o Brasil já recebeu do exterior nas últimas décadas”, avalia o professor de Relações Internacionais da ESPM Roberto Uebel.

O anúncio dos investimentos foi feito no Seminário Empresarial China-Brasil, em Pequim, com a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de autoridades brasileiras e chinesas, e de mais de 700 empresários dos dois países.

É um acordo interessante que está sendo construído com os chineses. É um movimento concreto na hora em que o [presidente dos EUA, Donald] Trump faz um tarifaço e cria situação de instabilidade nos mercados globais para várias economias”, segundo a professora de economia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) Cristina Helena Mello.

Imagino que Trump deva olhar para o Brasil com alguns cuidados, e a gente espera que haja possibilidade de nova negociação e aproximação com os Estados Unidos, de forma propositiva e não de subordinação”.

Segundo a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), os investimentos chineses de R$ 27 bilhões devem ser direcionados da seguinte forma:

  • R$ 6 bilhões da montadora de veículos GWM para expansão de suas operações e exportações para a América do Sul e México;
  • R$ 5 bilhões da Meituan, que promete gerar 100 mil empregos indiretos no setor de delivery;
  • R$ 3 bilhões da CGN em um hub de energia renovável no Piauí;
  • R$ 5 bilhões da Envision na criação do primeiro Parque Industrial Net-Zero da América Latina;
  • R$ 3,2 bilhões da Mixue, com previsão de 25 mil empregos até 2030 com abertura de lojas de sucos e outras bebidas;
  • R$ 2,4 bi da Baiyin, com a aquisição da mina de cobre Serrote em Alagoas;
  • R$ 1 bilhões da DiDi, em infraestrutura de recarga para veículos elétricos;
  • R$ 650 milhões da Longsys em semicondutores;
  • R$ 350 milhões da parceria da Nortec Química com três empresas chinesas no setor farmacêutico.

De acordo com a Apex, 4,5% de tudo que a China importa sai do Brasil. E 25% de tudo o que o Brasil importa vem da China. O país asiático é o principal parceiro brasileiro. Em 2024, o comércio entre os países atingiu quase US$ 160 bilhões.

Foram US$ 94,4 bilhões em exportações brasileiras e US$ 63,6 bilhões em importações, um superávit de US$ 30,7 bilhões, 41,4% do saldo comercial total do Brasil.

O país é o maior fornecedor para a China de produtos essenciais como soja, carnes bovina e de aves, celulose, algodão e açúcar.

Seria importante que a gente melhorasse o perfil daquilo que a gente exporta para a China. Exportamos produtos primários, da agricultura e da extrativa mineral. Há pouco espaço para a entrada de produtos manufaturados brasileiros. Acho que isso é um ponto de atenção”, alerta a economista da PUC-SP Helena Mello.

Também precisamos muito desenvolver a capacidade de logística brasileira de escoamento de produtos para exportação. Isso nos garantiria posição de liderança em alguns mercados que hoje estão concentrados nas mãos dos Estados Unidos e outros mercados que nós competimos, mercados de grãos e de proteína animal”, complementa.

Para o professor de relações internacionais Roberto Uebel, é importante que o Brasil valorize as relações comerciais com a China, mas mantenha o histórico de diversificação de parcerias.

O Brasil precisa ter muito cuidado ao se aproximar da China nesse contexto de guerra tarifária, de não prejudicar as relações com os Estados Unidos. Precisa continuar diversificando parcerias para reduzir a dependência não só com os Estados Unidos, mas também com a China. Parcerias com o sudeste asiático, Índia, Japão. Esses dois últimos, que o presidente Lula visitou no começo do ano”, defende Uebel.

A lógica é compartilhada pelo professor Luís Renato Vedovato, da Universidade de Campinas (Unicamp).

É muito importante que o Brasil vá por um caminho seguro, se afastando das instabilidades que se colocam no horizonte. Por isso, a aproximação do Brasil com a China é sempre bem relevante. Como é importante o acordo do Brasil com o Mercosul e a União Europeia. Quanto mais irrigado estiver o país comercialmente, mais resiliência ele terá para enfrentar o futuro”, avalia Vedovato.

Fonte: Agência Brasil

economia

Haddad Defende Mais Impostos Para as Bets no Brasil

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Foto/Imagem: © Diogo Zacarias/MF

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu nesta terça-feira (8) uma maior taxação para as casas de apostas virtuais (bets) no Brasil. Para ele, o setor deveria ter impostos mais elevados, seguindo o modelo de tributação de produtos como cigarros e bebidas alcoólicas.

“O governo anterior tratou as bets como se fosse a Santa Casa de Misericórdia, sem cobrar um centavo de impostos das bets durante quatro anos”, criticou Haddad em entrevista. Ele questionou o benefício para o país, já que “os caras estão ganhando uma fortuna no Brasil, gerando muito pouco emprego, mandando para fora o dinheiro arrecadado aqui”. O ministro reforçou a necessidade de “enquadrar esse setor de uma vez por todas”.

Haddad enfatizou que medidas como essa são cruciais para a meta de alcançar resultados fiscais robustos, visando crescimento econômico contínuo, baixo desemprego e inflação em queda. “A impressão que dá é que tem algumas pessoas querendo sabotar o crescimento econômico do país a troco da eleição do ano que vem”, pontuou.

 

IOF e diálogo com o Congresso

Em entrevista ao portal Metrópoles, Haddad também abordou o impasse entre o governo e o Congresso Nacional sobre o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Ele minimizou a questão, afirmando que não pode ser vista como um “Fla x Flu” e que prefere pensar institucionalmente.

Recentemente, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, suspendeu os decretos do Executivo que elevavam o IOF e a medida do Congresso que derrubava essa elevação. Moraes determinou uma audiência de conciliação entre as partes para o próximo dia 15 de julho, em Brasília.

Haddad disse que o governo está trabalhando para resolver a questão do IOF e não pode se antecipar à decisão do Supremo. Ele reforçou o compromisso com o diálogo no Congresso e confirmou que se reunirá em breve com o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta. “Quando um não quer, dois não brigam. E nós não vamos brigar porque, no caso, nenhum dos dois quer brigar”, afirmou, destacando seu compromisso com a negociação e acordos.

 

Otimismo sobre Imposto de Renda

Durante a entrevista, o ministro expressou confiança na aprovação do projeto sobre o Imposto de Renda, que prevê a isenção para quem ganha até R$ 5 mil. Haddad mencionou as reuniões frequentes com o deputado Arthur Lira, relator do projeto, e acredita que a proposta será aprovada “com larga margem de apoio”.

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esporte

Basquete Feminino Brasil está na Final da AmeriCup

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Foto/Imagem: © Foto: Fiba/Divulgação

A seleção brasileira feminina de basquete confirmou seu favoritismo e está na final da AmeriCup 2025, no Chile. Na noite do último sábado (5), as brasileiras dominaram a Argentina, vencendo por 108 a 68, no Centro de Deportes Colectivos, em Santiago. A grande decisão será neste domingo (6), às 21h10 (horário de Brasília), no mesmo local, contra os Estados Unidos.

Este confronto reedita a final da última edição do torneio, que reúne seleções das Américas do Sul, Central e Norte. Em 2023, o Brasil conquistou seu sexto título continental ao bater as norte-americanas por 69 a 58 em León, no México. O Brasil é o maior campeão da AmeriCup, disputada desde 1989.

 

Em busca da vaga no mundial

A conquista de um eventual sétimo título na AmeriCup garantirá ao Brasil uma vaga direta na Copa do Mundo de Basquete Feminino do próximo ano, que será realizada em Berlim, na Alemanha, em setembro. Caso fique com o vice-campeonato, a seleção terá que disputar um torneio classificatório, ainda a ser definido pela Federação Internacional de Basquete (Fiba).

Na vitória sobre a Argentina, Bella Nascimento foi o grande destaque, com 22 pontos, sendo 18 deles em cestas de três pontos. A ala-armadora de 22 anos, nascida nos Estados Unidos e com atuação no basquete universitário norte-americano, possui mãe brasileira. As pivôs Kamilla Cardoso (Chicago Sky) e Damiris Dantas (Indiana Fever), ambas da WNBA, também foram cruciais, marcando 16 pontos cada. Entre as atletas da Liga de Basquete Feminino (LBF), a ala Thayná Silva, do Sampaio Corrêa, contribuiu com 11 pontos e nove rebotes.

 

Campanha invicta até a final

A equipe comandada pela técnica norte-americana Pokey Chatman chega à final da AmeriCup invicta, com seis vitórias em seis jogos. Na primeira fase, as brasileiras superaram Argentina (71 a 50), Canadá (74 a 65), República Dominicana (73 a 46) e El Salvador (106 a 49). Nas quartas de final, o time verde e amarelo venceu o México por 84 a 61, antes de reencontrar as argentinas na semifinal.

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