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Mostra traz desenhos feitos por meninas judias na 2ª Guerra

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O Museu Nacional da República, em Brasília, recebe de 20 de março a 26 de abril a exposição “As meninas do quarto 28”, que reúne cerca de 50 desenhos de meninas judias confinadas no gueto de Theresienstadt, na então Tchecoslováquia, durante a Segunda Guerra Mundial. O evento pode ser visto gratuitamente de terça a domingo, das 9h às 18h30.

Um dos destaques é a reprodução do quarto onde as garotas viveram entre 1942 e 1944. A exemplo do cômodo original, a réplica possui quatro treliches, uma mesa e cadeiras dispostos em uma área de 18 metros quadrados. Cada cama era ocupada por três garotas.

Ao todo, cerca de 60 meninas passaram pelo local, em grupos de 30 a 40 pessoas por vez. Elas tinham entre 12 e 14 anos na época. Apenas 15 delas sobreviveram. As cinco mulheres que ainda estão vivas moram nos Estados Unidos, em Israel, na Áustria e na República Tcheca.

A mostra é uma adaptação do livro do mesmo nome, da jornalista alemã Hannelore Brenner, e traz também uma série de documentos, painéis com informações históricas, mapas, fotos, pinturas e outras referências ao período em que as meninas permaneceram no lugar.

A exposição tem curadoria de Dodi Chansky, Roberta Sunfield e Karen Zolko, esta última sobrinha de Erika Stránská, uma das garotas que estiveram no campo de concentração de Theresienstadt. A exposição traz diversas fotos e desenhos de Erika, além de imagens da família no período antes da guerra.

Outra atração do programa é a exibição de um vídeo com depoimentos das sobreviventes. Na réplica do quarto é possível ouvir músicas que fazem referência à história das garotas e ao período da guerra.

Antes de chegar a Brasília, a exposição “As meninas do quarto 28” esteve em São Paulo. Alemanha, Áustria, Israel, Bélgica e Suíça também sediaram a mostra.

“O desejo delas era poder contar para as futuras gerações o que elas passaram. Estamos levando adiante esse desejo. E realizar desejos é uma coisa bonita. Neste caso é também educativo, mostra a história através de desenhos, que são uma linguagem universal, que todo mundo entende”, afirma Karen.

Esperança
Segundo a curadora, as meninas também tinham o objetivo de passar valores que elas achavam importantes, por meio dos desenhos, como humanidade e tolerância. As pinturas foram encontradas dez anos após o fim da guerra. Eram entre 3 mil e 5 mil desenhos dentro de duas malas. A exposição traz a reprodução de uma delas.

As obras foram produzidas com diversas técnicas artísticas. Há desenhos com lápis, pinturas com aquarelas e colagens com papéis, incluindo pedaços de relatórios utilizados pelo exército alemão. Boa parte do material é retratado em cores vivas. Entre as peças, há algumas que mostram aspectos de outras culturas, como as pirâmides do Egito e personagens indígenas.

Segundo Karen, a principal motivadora das crianças foi a artista plástica Friedl Dicker-Brandeis. Confinada no mesmo campo de concentração, que abrigava ainda intelectuais, cientistas e nomes das artes em geral, ela ensinava técnicas de desenhos e pinturas, contava histórias e pedia para que as meninas fizessem ilustrações.

“A Friedl tinha essa noção de arte como terapia, para superar aquele momento. E isso foi muito importante. Das 60 meninas que estiveram em Theresienstadt, 15 sobreviveram. Certamente, isso ajudou.”

História
Erica Stránská tinha uma irmã mais nova, chamada Monika, que era mãe de Karen. Nascida na Tchecoslováquia, Monika quis que a filha conhecesse o país de origem e viajou para lá com a família em 1974. Durante o passeio, ela visitou o Museu Judaico de Praga, onde reconheceu a assinatura da irmã em um dos desenhos.

“Em 2012 eu entrei em contato com o diretor do museu perguntando sobre aquele desenho. Três dias depois recebi uma mensagem dele falando ‘temos, sim. Um só, não. Mas 30 desenhos’”, afirma Karen. “Montar esse quebra-cabeça era um presente que eu queria dar para a minha mãe. Consegui 70 anos depois, com a ajuda fundamental de amigos e familiares.”

Segundo a curadora, as meninas confinadas em Theresienstadt chegaram a criar uma irmandade, uma sociedade chamada “Ma’agal”, que significa “círculo”, a “forma perfeita”. O grupo tinha uma bandeira azul e branca e até hino (que podem ser vistos na exposição).

“Elas chegaram a dizer que iriam sair dali e se encontrar no relógio [astronômico] de Praga. Elas sempre falavam sobre voltar para casa.” Ainda hoje, sete décadas depois, as sobreviventes se encontram anualmente.

O intuito dos organizadores da exposição é levar o evento para diversas capitais do país, para que mais pessoas conheçam um pouco da história. Segundo os curadores, uma das ideias é difundir o poder da arte e da educação como ferramentas fundamentais para enfrentar as mais difíceis situações.

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sociedade ativa

DPDF Atende Mais de 44 Mil Mulheres Vulneráveis

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Foto/Imagem: Divulgação/DPDF

Com ações mensais desde maio de 2023, o projeto Dia da Mulher da Defensoria Pública do Distrito Federal (DPDF) acaba de completar 25 edições, somando impressionantes 44.857 atendimentos gratuitos a mulheres em situação de vulnerabilidade. A iniciativa se destaca por promover dignidade, acolhimento e transformação social, oferecendo uma gama de serviços nas áreas jurídica, de saúde, assistência social, cidadania e bem-estar.

Para o defensor público-geral, Celestino Chupel, o projeto já se consolidou como uma política pública permanente de atenção às mulheres. “A cada edição, o Dia da Mulher fortalece o compromisso com uma instituição mais próxima, sensível e transformadora. São diversos atendimentos que refletem a força de uma rede comprometida com a equidade, a inclusão e a justiça social. Essa ação é sobre cuidar, escutar e transformar realidades”, celebrou.

 

Serviços que transformam vidas

A 25ª edição do evento, por exemplo, atendeu 2.008 mulheres, oferecendo suporte essencial. Valdirene Almeida, moradora do Paranoá, de 68 anos, foi uma das beneficiadas. Ela recebeu orientação jurídica, aferição de pressão, atendimento psicológico, além de um voucher para exames laboratoriais e corte de cabelo.

“É muito bom ver um evento voltado para nós, mulheres, que muitas vezes não temos acesso fácil a esses serviços. São diversos atendimentos oferecidos em um só lugar, o que facilita muito a vida de quem precisa. Estão todos de parabéns pela organização e pelo cuidado com a gente”, elogiou Valdirene.

O sucesso do Dia da Mulher da DPDF reforça o papel fundamental da instituição em aproximar serviços essenciais da população que mais precisa, contribuindo diretamente para a qualidade de vida e a autonomia das mulheres no Distrito Federal.

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infraestrutura

Conferência de Cidades Debate Futuro Urbano no DF

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Foto/Imagem: Divulgação/Seduh

No último sábado (5), mais de 850 pessoas participaram da quarta reunião preparatória da 6ª Conferência Distrital das Cidades (CDC), em Brasília. O encontro promoveu um debate entre a sociedade e o poder público para construir propostas sustentáveis para os problemas urbanos do Distrito Federal, com o tema da habitação registrando a maior participação popular.

A reunião abrangeu diversas regiões, incluindo Plano Piloto, Candangolândia, Cruzeiro, Sudoeste/Octogonal, Lago Sul, Lago Norte, Park Way, Varjão, Paranoá, São Sebastião, Jardim Botâni

o e Itapoã. Representantes de movimentos populares, ONGs, trabalhadores, empresários e academia compareceram, participando de painéis, grupos de discussão e plenárias.

Nesta etapa, a população elegeu 104 delegados que serão responsáveis por aprovar as propostas locais a serem encaminhadas à 6ª CDC. A conferência distrital ocorrerá nos dias 29, 30 e 31 de agosto, em local ainda a ser definido, com participação aberta a toda a população.

“Estamos promovendo esses encontros para debater os rumos da Política Nacional de Desenvolvimento Urbano”, resumiu Tereza Lodder, coordenadora executiva da Comissão Organizadora da 6ª CDC e secretária adjunta de Desenvolvimento Urbano e Habitação. Ela destacou que as propostas visam a construção de “cidades mais inclusivas, democráticas, sustentáveis e com justiça social”.

Thiago Trindade, representante do Ministério das Cidades e coordenador do Observatório das Metrópoles em Brasília, enfatizou a importância da participação popular. “Não é possível fazer um bom planejamento urbano sem ouvir o que a sociedade tem a dizer. O que será falado aqui se tornará política pública, o que mostra a importância desse evento”, ressaltou. A reitora da UnB, Rozana Naves, também reforçou a expectativa de que o DF leve propostas relevantes e executáveis para o âmbito nacional.

 

Dinâmica dos debates e propostas aprovadas

Os participantes foram divididos em salas para discutir cinco grupos temáticos: habitação; mobilidade e infraestrutura; gestão democrática; meio ambiente e clima; e trabalho e renda. Devido à alta demanda, mais salas foram abertas para o tema da habitação.

Após os debates, os 104 delegados eleitos aprovaram 13 propostas. Entre elas, destacam-se:

  • Reduzir a dependência do automóvel e expandir ciclovias, ciclofaixas e calçadas seguras, com acessibilidade universal.
  • Garantir investimentos em tecnologias e infraestrutura para melhorar o clima e a drenagem urbana.
  • Garantir moradia adequada a famílias vulneráveis, por meio da destinação de imóveis vazios, construção popular e financiamento acessível.

As propostas aprovadas serão encaminhadas à 6ª CDC e, posteriormente, à 6ª Conferência Nacional das Cidades, organizada pelo Ministério das Cidades e prevista para outubro.

 

Próxima reunião preparatória em Sobradinho

A próxima reunião preparatória acontecerá em Sobradinho, no próximo sábado (12). O objetivo é eleger delegados e aprovar propostas apresentadas anteriormente em Planaltina. O encontro será retomado do ponto em que foi interrompido em 14 de junho, quando a eleição de delegados precisou ser suspensa por falta de consenso. Apenas quem já se credenciou em Planaltina poderá participar novamente, sem abertura de novas inscrições.

Confira as informações sobre a próxima reunião preparatória:

  • Data: 12/7 (Sábado)
  • Local: Ginásio de Esportes de Sobradinho
  • Endereço: Quadra 2, Área Especial 3
  • Regiões de abrangência: Planaltina, Sobradinho, Sobradinho II, Fercal e Arapoanga

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