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saúde

Nova resolução do CFM restringe hormonioterapia a menores de 18 anos

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Foto/Imagem: © Fernando Frazão (EBC)
Reporter: Jeferson Nunes

A decisão do Conselho Federal de Medicina (CFM) de proibir o uso de hormonioterapia cruzada em pessoas trans com menos de 18 anos gerou forte reação entre especialistas em saúde, ativistas e entidades que atuam na defesa dos direitos da população LGBTQIA+. A medida, estabelecida pela Resolução nº 2.427, foi publicada no Diário Oficial da União há pouco mais de um mês.

Para profissionais da área, como a farmacêutica Beo Oliveira Leite, a resolução impõe novas barreiras ao acesso à saúde pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Beo iniciou sua transição de gênero em 2019, aos 23 anos, na cidade de Vitória da Conquista (BA), e lembra das dificuldades enfrentadas ainda antes de obter apoio institucional.

Eu ficava frustrada por não conseguir acompanhamento adequado naquela época. E quando consegui, enfrentei um tratamento patologizante”, relata.

Beo, atualmente doutoranda em Saúde Coletiva pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), alerta que muitas adolescentes trans já utilizam hormônios por conta própria, sem acompanhamento médico adequado. A nova resolução, segundo ela, pode agravar esse cenário.

Restrição baseada em casos de destransição

Segundo o CFM, a revisão das diretrizes foi motivada por estudos que indicam aumento nos casos de arrependimento e destransição. O relator da norma, conselheiro Raphael Câmara, afirmou que a decisão está alinhada a medidas adotadas em países como Suécia, Finlândia, Reino Unido e Estados Unidos.

Além da restrição etária para hormonioterapia, a nova norma também veta o uso de bloqueadores hormonais em crianças e adolescentes e cirurgias de redesignação em menores de 18 anos. Em casos que envolvam esterilização, a idade mínima sobe para 21.

Estamos protegendo crianças de procedimentos irreversíveis em idade precoce”, defendeu Câmara.

Impacto na saúde mental e autonomia juvenil

Para Beo e outros especialistas, a resolução ignora avanços legais como o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que garante autonomia a partir dos 12 anos em serviços de saúde. Também contraria a Política Nacional de Saúde Integral LGBT, que assegura o acesso ao Processo Transexualizador pelo SUS.

A pesquisadora destaca ainda os riscos à saúde mental de jovens trans, que enfrentam altos índices de depressão e tentativas de suicídio.

A descoberta da identidade de gênero acontece justamente nessa fase da vida. Essas pessoas precisam de acolhimento, não de mais portas fechadas”, afirma.

Resolução sob investigação do MPF

A mudança promovida pelo CFM está sendo investigada pelo Ministério Público Federal (MPF), que apura sua legalidade após denúncias da Associação Mães pela Diversidade e da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra). A Procuradoria já solicitou novos esclarecimentos ao Conselho, após considerar a resposta inicial incompleta.

Bruna Benevides, presidenta da Antra, classificou a medida como “institucionalização da transfobia” e alertou para o viés ideológico por trás da resolução.

É uma agenda política anti-gênero disfarçada de preocupação médica. O direito à saúde não pode ser exclusivo para adultos trans”, declarou.

Pediatras e especialistas também reagem

A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) também se posicionou contra a nova norma e pediu sua revogação, defendendo o retorno da resolução anterior (nº 2.265) e maior acesso a diagnósticos e terapias adequadas.

Sara Wagner York, doutoranda da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e especialista em Gênero e Sexualidade, criticou a falta de escuta às vivências de crianças e adolescentes trans.

A grande questão não é o uso de hormônios ou cirurgias. É o fato de essas decisões estarem sendo feitas por corpos trans”, refletiu.

Enquanto isso, ativistas e entidades seguem mobilizados para garantir que os direitos à saúde da população trans — especialmente de crianças e adolescentes — sejam preservados.

economia

Haddad Defende Mais Impostos Para as Bets no Brasil

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Foto/Imagem: © Diogo Zacarias/MF

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu nesta terça-feira (8) uma maior taxação para as casas de apostas virtuais (bets) no Brasil. Para ele, o setor deveria ter impostos mais elevados, seguindo o modelo de tributação de produtos como cigarros e bebidas alcoólicas.

“O governo anterior tratou as bets como se fosse a Santa Casa de Misericórdia, sem cobrar um centavo de impostos das bets durante quatro anos”, criticou Haddad em entrevista. Ele questionou o benefício para o país, já que “os caras estão ganhando uma fortuna no Brasil, gerando muito pouco emprego, mandando para fora o dinheiro arrecadado aqui”. O ministro reforçou a necessidade de “enquadrar esse setor de uma vez por todas”.

Haddad enfatizou que medidas como essa são cruciais para a meta de alcançar resultados fiscais robustos, visando crescimento econômico contínuo, baixo desemprego e inflação em queda. “A impressão que dá é que tem algumas pessoas querendo sabotar o crescimento econômico do país a troco da eleição do ano que vem”, pontuou.

 

IOF e diálogo com o Congresso

Em entrevista ao portal Metrópoles, Haddad também abordou o impasse entre o governo e o Congresso Nacional sobre o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Ele minimizou a questão, afirmando que não pode ser vista como um “Fla x Flu” e que prefere pensar institucionalmente.

Recentemente, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, suspendeu os decretos do Executivo que elevavam o IOF e a medida do Congresso que derrubava essa elevação. Moraes determinou uma audiência de conciliação entre as partes para o próximo dia 15 de julho, em Brasília.

Haddad disse que o governo está trabalhando para resolver a questão do IOF e não pode se antecipar à decisão do Supremo. Ele reforçou o compromisso com o diálogo no Congresso e confirmou que se reunirá em breve com o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta. “Quando um não quer, dois não brigam. E nós não vamos brigar porque, no caso, nenhum dos dois quer brigar”, afirmou, destacando seu compromisso com a negociação e acordos.

 

Otimismo sobre Imposto de Renda

Durante a entrevista, o ministro expressou confiança na aprovação do projeto sobre o Imposto de Renda, que prevê a isenção para quem ganha até R$ 5 mil. Haddad mencionou as reuniões frequentes com o deputado Arthur Lira, relator do projeto, e acredita que a proposta será aprovada “com larga margem de apoio”.

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esporte

Basquete Feminino Brasil está na Final da AmeriCup

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Foto/Imagem: © Foto: Fiba/Divulgação

A seleção brasileira feminina de basquete confirmou seu favoritismo e está na final da AmeriCup 2025, no Chile. Na noite do último sábado (5), as brasileiras dominaram a Argentina, vencendo por 108 a 68, no Centro de Deportes Colectivos, em Santiago. A grande decisão será neste domingo (6), às 21h10 (horário de Brasília), no mesmo local, contra os Estados Unidos.

Este confronto reedita a final da última edição do torneio, que reúne seleções das Américas do Sul, Central e Norte. Em 2023, o Brasil conquistou seu sexto título continental ao bater as norte-americanas por 69 a 58 em León, no México. O Brasil é o maior campeão da AmeriCup, disputada desde 1989.

 

Em busca da vaga no mundial

A conquista de um eventual sétimo título na AmeriCup garantirá ao Brasil uma vaga direta na Copa do Mundo de Basquete Feminino do próximo ano, que será realizada em Berlim, na Alemanha, em setembro. Caso fique com o vice-campeonato, a seleção terá que disputar um torneio classificatório, ainda a ser definido pela Federação Internacional de Basquete (Fiba).

Na vitória sobre a Argentina, Bella Nascimento foi o grande destaque, com 22 pontos, sendo 18 deles em cestas de três pontos. A ala-armadora de 22 anos, nascida nos Estados Unidos e com atuação no basquete universitário norte-americano, possui mãe brasileira. As pivôs Kamilla Cardoso (Chicago Sky) e Damiris Dantas (Indiana Fever), ambas da WNBA, também foram cruciais, marcando 16 pontos cada. Entre as atletas da Liga de Basquete Feminino (LBF), a ala Thayná Silva, do Sampaio Corrêa, contribuiu com 11 pontos e nove rebotes.

 

Campanha invicta até a final

A equipe comandada pela técnica norte-americana Pokey Chatman chega à final da AmeriCup invicta, com seis vitórias em seis jogos. Na primeira fase, as brasileiras superaram Argentina (71 a 50), Canadá (74 a 65), República Dominicana (73 a 46) e El Salvador (106 a 49). Nas quartas de final, o time verde e amarelo venceu o México por 84 a 61, antes de reencontrar as argentinas na semifinal.

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