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Graduação

Educação a distância cresce, mas ainda gera desconfiança

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Foto/Imagem: Divulgação/MCTIC
Mariana Tokarnia

Apesar de crescer em ritmo mais acelerado que o ensino presencial, a educação a distância (EAD) não é a primeira opção para a maioria das pessoas que buscam uma graduação. A desconfiança é grande. Pesquisa divulgada pela Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES) – que representa grande parte do ensino superior particular do país – mostra que 62% dos entrevistados acreditam que a qualidade dessa modalidade não é bem avaliada no mercado de trabalho e 56% dizem que preferem o ensino presencial.

A pesquisa mostra ainda desconforto em ter a maior parte das aulas pela internet: 62% dos estudantes e potenciais alunos dizem que acreditam que as instituições de ensino EAD não oferecem suporte para tirar dúvida na hora e 37% dizem que têm dificuldade com sistema de aula online.

A pesquisa inédita Um ano do Decreto EAD – O impacto da educação a distância foi feita pela ABMES em conjunto com a empresa de pesquisas educacionais Educa Insights. Ao todo, foram entrevistados 1.012 homens e mulheres de 18 a 50 anos, sendo 256 alunos e 756 potenciais candidatos a educação superior em março deste ano.

Dos entrevistados, 27% disseram que escolheriam preferencialmente um curso EAD e 17% disseram que preferem ambos, EAD e presencial.

“Estamos falando de um público diferente da graduação presencial tradicional. Estamos trazendo para ensino superior um público mais velho, mais maduro, que já trabalha com maior intensidade. Esse público precisa da flexibilidade da EAD para completar o curso superior”, diz o vice-presidente da ABMES, Celso Niskier.

O estudo mostra que aqueles que escolhem a educação presencial exclusivamente são mais jovens – 53% têm até 30 anos -; 76% trabalham; 33% são da classe social A ou B; 64% estudaram em escolas públicas e 36% em particulares.

Entre aqueles que preferem a EAD, 67% têm mais de 30 anos; 83% trabalham; 25% são das classes sociais A ou B; 75% estudaram em escolas públicas e 25% em particulares.

Em relação a qualidade da EAD, Niskier diz: “Os jovens acham que mercado de trabalho ainda não percebe muito bem a qualidade da educação a distância. Isso tende a desaparecer com o tempo na medida que comecemos a formar mais e o desempenho desses profissionais seja equivalente”.

Segundo Niskier, a educação vem se transformando como um todo e não é possível fugir das ferramentas digitais nem mesmo no ensino presencial. “Hoje o jovem quer usar smartphone, computador, não quer chegar em sala para receber o conhecimento, quer chegar com esse conhecimento disponível e tornar as aulas mais práticas e mais dinâmicas é o que tem acontecido”.

Cursos a distância – De acordo com o Censo da Educação Superior, em 2016, 33% dos novos alunos ingressaram no ensino superior na modalidade a distância e, 67%, em cursos presenciais. Esse número cresceu. Em 2010, 20% ingressaram no EAD e 80% no presencial.

De acordo com a projeção do estudo, se mantido o crescimento da EAD atual, em 2023, mais estudantes ingressarão na modalidade a distância que no presencial. Serão, pelas projeções do estudo, 51% em EAD e 49% no ensino presencial.

Há um ano, o governo publicou um decreto que define os critérios para a oferta de educação a distância. Entre as mudanças está a possibilidade da instituição privada de ensino superior ser credenciada exclusivamente para oferta de cursos de graduação e de pós-graduação lato sensu (especializações e MBAs) na modalidade a distância. Até então, a instituição deveria também ter algum curso na modalidade presencial.

economia

Começa segunda fase do saque-aniversário do FGTS

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Foto/Imagem: © Joédson Alves/Agência Brasil

Uma boa notícia para milhões de trabalhadores brasileiros: a Caixa Econômica Federal inicia nesta terça-feira (17) a segunda rodada de pagamentos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para cerca de 8,1 milhões de trabalhadores que aderiram ao saque-aniversário e foram demitidos sem justa causa entre janeiro de 2020 e fevereiro de 2025. Ao todo, R$ 6,4 bilhões serão liberados nesta etapa.

Nesta terça-feira, o saque do saldo acima de R$ 3 mil dos depósitos dos antigos empregadores está disponível para os nascidos em janeiro, fevereiro, março e abril que vincularam suas contas bancárias ao aplicativo FGTS da Caixa. Neste momento, os trabalhadores com saldo retido superior a R$ 3 mil recebem a diferença entre esse valor e o restante dos depósitos bloqueados até 1º de junho.

A Caixa esclareceu que esta nova rodada de saque incluirá a remuneração dos valores de março, abril e maio. Vale lembrar que o FGTS é corrigido pela Taxa Referencial (TR) mais 3% ao ano.

Como receber e prazos importantes

A maior parte dos pagamentos (85% do público-alvo) será feita automaticamente na conta cadastrada no aplicativo FGTS até 28 de maio. Quem cadastrou a conta após essa data ou não vinculou precisará ir a uma agência da Caixa, a uma casa lotérica ou a um terminal de atendimento eletrônico do banco para efetuar o saque.

Primeira etapa e regras atuais

A primeira etapa de pagamentos, com saldos de até R$ 3 mil, ocorreu em março. Até 28 de maio, 10,1 milhões de trabalhadores já haviam sacado R$ 5,3 bilhões, de um total de 12,2 milhões com direito ao benefício. Os trabalhadores que tiveram o saque oferecido nas agências na primeira fase têm até 27 de junho para retirar o dinheiro. Após essa data, as regras tradicionais do saque-aniversário voltam a valer.

O desbloqueio do FGTS para esses trabalhadores demitidos entre 2020 e fevereiro deste ano foi possível graças a uma Medida Provisória (MP) editada no final de fevereiro. É importante ressaltar que essa MP é excepcional e retroativa, ou seja, não beneficia os futuros demitidos. Trabalhadores dispensados sem justa causa a partir de março e que optaram pelo saque-aniversário continuarão com o saldo retido, recebendo apenas a multa rescisória de 40%. As demais regras do saque-aniversário permanecem inalteradas.

Dos 12,2 milhões de trabalhadores beneficiados nas duas etapas, apenas 2,5 milhões terão direito ao saldo integral dos depósitos feitos pelos antigos empregadores. Os 9,6 milhões restantes terão descontada a antecipação do saque-aniversário, que é um tipo de empréstimo oferecido por instituições financeiras.

Calendário de pagamentos

Valores até R$ 3 mil (já iniciados em março):

  • 6 de março: Nascidos em janeiro, fevereiro, março e abril e quem vinculou a conta bancária ao aplicativo FGTS.
  • 7 de março: Nascidos em maio, junho, julho e agosto.
  • 10 de março: Nascidos em setembro, outubro, novembro e dezembro.

Valores acima de R$ 3 mil (diferença entre os R$ 3 mil sacados em março e o restante do saldo bloqueado):

  • 17 de junho: Nascidos em janeiro, fevereiro, março e abril e quem vinculou a conta bancária ao aplicativo FGTS.
  • 18 de junho: Nascidos em maio, junho, julho e agosto.
  • 20 de junho: Nascidos em setembro, outubro, novembro e dezembro.

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justiça

OAB inicia processo que pode cassar registro do ex-juiz Bretas

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Foto/Imagem: © Tomaz Silva/Agência Brasil

O ex-juiz federal Marcelo Bretas, conhecido por sua atuação nos casos da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro, pode perder definitivamente o direito de advogar. O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Nacional aprovou, por unanimidade nesta segunda-feira (16), a instauração de um processo para incluí-lo no Registro Nacional de Violações de Prerrogativas da Advocacia. Essa medida pode levar à cassação de seu registro profissional.

A decisão foi tomada durante sessão do Conselho Pleno da entidade, reforçando o compromisso da OAB com a defesa da advocacia. “É um exemplo dado ao Brasil e a todos aqueles que tentam violar as prerrogativas”, afirmou Beto Simonetti, presidente nacional da OAB.

Aposentadoria compulsória e novas acusações

A iniciativa da OAB surge em um contexto de recentes sanções contra Bretas. No último dia 3 de junho, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) já havia decidido pela aposentadoria compulsória do magistrado, a pena máxima para juízes vitalícios. Bretas estava afastado do cargo desde fevereiro de 2023, após ser alvo de processos administrativos no CNJ que questionavam sua conduta à frente dos processos da Lava Jato.

Entre as acusações analisadas pelo CNJ, destacam-se violações ao dever de imparcialidade, favorecimento ao Ministério Público em estratégias processuais e negociação de penas com advogados, conforme apontado em delação premiada. Além disso, Bretas foi acusado de ceder informações sigilosas a um advogado e de tentar beneficiar o ex-governador Wilson Witzel durante as eleições de 2018, bem como de prejudicar o atual prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, na campanha para o governo estadual em 2018.

Próximos passos na OAB

A inclusão no cadastro de violadores de prerrogativas da OAB não é automática. Com a aprovação unânime, o procedimento seguirá para a etapa de desagravo público, que garantirá a Marcelo Bretas amplo direito de defesa e contraditório, conforme as normas internas da OAB.

Após a conclusão dessa fase e uma eventual decisão definitiva, seu registro será cassado, impedindo-o de exercer a advocacia. “Caso isso aconteça, o ex-juiz poderá passar a constar formalmente como alguém com inidoneidade moral para efeitos de análise de pedidos futuros de inscrição nos quadros”, informou a OAB.

A medida da OAB é uma consequência direta das condutas de Bretas durante sua atuação na Operação Lava Jato, especialmente em 2020, quando o então magistrado determinou buscas e apreensões em endereços de mais de 50 advogados em todo o país. A ação foi classificada pela Ordem como um “verdadeiro ataque à advocacia”

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