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economia

Rendimento médio atinge recorde no Brasil, mas desigualdade persiste

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BC
Foto/Imagem: © Marcello Casal JrAgência Brasil
Reporter: Fabíola Fonseca

Uma análise detalhada do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), divulgada nesta sexta-feira (13) no boletim “Emprego em Pauta”, revela um cenário econômico com avanços e desafios. O rendimento médio dos brasileiros alcançou R$ 3.270 no quarto trimestre de 2024, marcando o maior valor já registrado no país.

O levantamento do Dieese mostra que, após um período de relativa estabilidade entre 2014 e 2022 – com as exceções dos anos de 2020 e 2021, fortemente impactados pela crise pandêmica –, houve um crescimento notável. De 2022 a 2024, o rendimento médio das pessoas ocupadas registrou um aumento de 7,5%.

No entanto, o boletim lança um alerta crucial: apesar do crescimento médio, os que ganhavam menos foram os menos beneficiados. Enquanto o aumento geral ficou em 7,5%, para os ocupados com os menores rendimentos, o acréscimo foi de apenas R$ 76 mensais. Em contrapartida, para os 10% com maiores rendimentos, o ganho foi 12 vezes maior, alcançando R$ 901 mensais. Essa disparidade evidencia que, mesmo com o recorde do rendimento médio, a desigualdade de renda persiste e se aprofunda.

A pesquisa revela ainda que, no último trimestre de 2024, quase um terço dos ocupados continuava a receber, no máximo, um salário mínimo. Este dado é especialmente preocupante quando se observa que os preços de itens básicos de consumo cresceram em ritmo mais acelerado do que a média da inflação, afetando diretamente e de forma mais severa a população de menor poder aquisitivo.

Diante desse quadro, o Dieese reforça a necessidade de medidas mais incisivas. “Por isso, políticas que incentivem a criação de empregos formais, a valorização do salário mínimo e o uso de instrumentos de negociação coletiva são fundamentais para a melhoria da vida dos brasileiros”, destaca o texto do boletim.

Os dados do Dieese trazem uma leitura complexa da realidade econômica brasileira: enquanto o país comemora um rendimento médio recorde, o desafio da desigualdade e da baixa valorização dos menores salários permanece urgente e exige atenção prioritária das políticas públicas.

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Bruninho e Rosângela Santos são os primeiros embaixadores dos Jogos da Juventude 2025 em Brasília

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Foto/Imagem: © Alexandre Loureiro/COB/Direitos Reservados

O futuro do esporte brasileiro ganha um reforço de peso! O Comitê Olímpico Brasileiro (COB) anunciou nesta sexta-feira (13) os primeiros embaixadores da edição 2025 dos Jogos da Juventude: o lendário levantador e três vezes medalhista olímpico com a seleção masculina de vôlei, Bruninho, e a velocista Rosângela Santos, medalhista de bronze no revezamento 4×100 metros nos Jogos de Pequim (2008). Uma escolha que promete inspirar milhares de jovens atletas.

Daniel Santiago, gerente dos Jogos da Juventude, celebrou a escolha dos ídolos: “A presença de ídolos como Bruninho e Rosângela é, sem dúvida, um diferencial enorme. Eles representam não apenas a excelência esportiva, mas também trajetórias de vida inspiradoras, o que é fundamental para motivar os jovens atletas. Ter referências tão positivas demonstra o compromisso do COB em oferecer uma experiência completa e enriquecedora, que vai além das competições”.

Bruninho, um dos maiores nomes do vôlei mundial, expressou sua satisfação com o convite: “Fiquei muito feliz com o convite do Comitê Olímpico e será muito bacana poder estar com essa molecada lá em Brasília [sede da competição]. São mais de 2 milhões de estudantes envolvidos nas prévias e cerca de 5 mil representarão os seus estados. Tenho certeza que vai ser demais”.

A velocista Rosângela Santos, por sua vez, relembrou a importância fundamental dos Jogos da Juventude no início de sua própria trajetória de sucesso. “Às vezes, nós, atletas, não paramos para pensar como começamos e hoje vejo a importância da competição na minha carreira. Minha experiência nos Jogos da Juventude me levou para os Jogos Pan-americanos. E, no ano seguinte, estava nos Jogos Olímpicos Pequim 2008, onde eu viria a me tornar medalhista”, destacou, sublinhando o papel dos Jogos como trampolim para grandes conquistas.

A edição 2025 dos Jogos da Juventude, que promete ser um espetáculo de talentos, reunirá cerca de 4.000 jovens atletas de 15 a 17 anos de todos os cantos do país. O evento será realizado entre os dias 10 e 25 de setembro em Brasília, transformando a capital em um grande palco esportivo. Os jovens competirão em 20 modalidades: águas abertas, atletismo, badminton, basquete, ciclismo, esgrima, futsal, ginástica artística, ginástica rítmica, handebol, judô, natação, remo virtual, taekwondo, tênis de mesa, tiro com arco, triatlo, vôlei de praia, vôlei e wrestling.

A presença de Bruninho e Rosângela Santos não só eleva o prestígio do evento, mas também inspira uma nova geração de atletas a perseguir seus sonhos, mostrando que a dedicação e o talento podem levá-los aos mais altos patamares do esporte.

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economia

Estudo da Fazenda defende imposto mínimo para super-ricos para garantir mais isenções e reduzir desigualdade no IR

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Foto/Imagem: © José Cruz/Agência Brasil/Arquivo

Uma pesquisa fundamental divulgada pelo Ministério da Fazenda ilumina o caminho para uma reforma mais justa no Imposto de Renda para Pessoas Físicas (IRPF). O estudo ratifica a tese defendida pelo governo federal: a implementação de uma alíquota “mínima” do IRPF para quem ganha acima de R$ 50 mil mensais é a chave para garantir um número maior de contribuintes isentos nas camadas mais pobres da população.

A análise, baseada em dados de 2022 das declarações de IRPF e da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Anual (PNADC-A), é categórica. Segundo o estudo “Impactos da reforma do IRPF sobre a renda das pessoas físicas proposta no PL 1.087/25 na progressividade e na desigualdade de renda”, “a implementação isolada da desoneração, sem a compensação via imposto mínimo sobre os super-ricos, além de gerar impacto fiscal negativo, não mitiga as distorções de progressividade na tributação direta no Brasil e pode até ampliar a desigualdade de renda”.

A proposta do governo federal é que o chamado “imposto mínimo” (IRPFM) incida sobre os 0,2% dos contribuintes mais ricos do país, ou os “super-ricos”, que recebem salários a partir de R$ 50 mil mensais (equivalente a R$ 600 mil por ano). A partir desse valor, a alíquota aumentaria gradualmente, podendo atingir 10% para rendas a partir de R$ 1,2 milhão por mês.

A grande promessa desse imposto mínimo é sua capacidade de custear a redução do IRPF para 14,5% da população. Com essa medida, a isenção de IRPF seria total para quem ganha até R$ 5 mil por mês, e parcial para quem recebe entre R$ 5 mil e R$ 7 mil mensais, aliviando o peso da tributação sobre os trabalhadores de menor renda. Na avaliação do Ministério da Fazenda, a reforma integral proposta no PL nº 1.087 é “essencial para promover um sistema tributário mais justo e equitativo e para contribuir para a redução da desigualdade de renda no Brasil”.

Três Cenários de Análise Comprovam a Necessidade da Medida:

O levantamento apresenta três cenários detalhados, que reforçam a tese central do governo: somente a combinação da isenção para os mais pobres com o imposto mínimo para os mais ricos é capaz de reduzir a desigualdade no país.

  • Cenário 1 (Modelo Atual): O estudo aponta que a baixa tributação efetiva sobre os estratos mais elevados da renda (os 0,7% dos declarantes, ou 0,2% da população) gera três problemas: não segue os princípios de justiça fiscal e social, não corrige a regressividade no topo da distribuição e, pior, amplia ainda mais a desigualdade no país.

  • Cenário 2 (Somente Isenção): Simulando a implementação de isenção e descontos para as bases de contribuintes de 2022 sem o imposto mínimo para os super-ricos, o estudo concluiu que o efeito seria “pequeno sobre a progressividade do IRPF” e, ainda mais preocupante, levaria a uma “piora na distribuição de renda do país, considerando-se toda a população”.

  • Cenário 3 (Isenção + Imposto Mínimo): Este cenário, que contempla as desonerações em conjunto com a tributação mínima dos super-ricos, demonstra o impacto positivo. O resultado seria uma diminuição da “distorção de regressividade do IRPF no topo da distribuição”. Além disso, a ampliação da progressividade não comprometeria a sustentabilidade fiscal. O estudo, então, conclui que, com essa abordagem, a desigualdade de renda no país seria, de fato, reduzida.

Conclusão Forte: A Proposta Integral Reduz a Desigualdade

A conclusão do estudo é enfática: “No que tange à distribuição de renda entre toda a população adulta com algum rendimento, a proposta integral (isenção + IRPFM) é a única que efetivamente reduziria a desigualdade em relação ao cenário atual”. Tomando como base os reflexos das medidas para o Índice de Gini (que mede a desigualdade na distribuição de renda), a pesquisa indica que, se a proposta do governo fosse aprovada, esse índice diminuiria de 0,6185 para 0,6178, “promovendo mais justiça fiscal e menor desigualdade de renda”.

Por outro lado, o cenário que contempla apenas a isenção e descontos para as rendas mais baixas, sem a contrapartida do imposto mínimo sobre as altas rendas, geraria uma piora na desigualdade de rendimentos (índice de Gini de 0,6192) e, ainda, representaria “uma ameaça à sustentabilidade fiscal”, pois não haveria compensação para a arrecadação tributária.

Esses dados fornecem um embasamento sólido para a defesa da proposta do governo, mostrando que a tributação dos super-ricos é não apenas uma questão de justiça social, mas também uma estratégia fiscal inteligente para um Brasil mais equitativo.

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