O Ministério da Saúde abriu, nesta quinta-feira (31), uma consulta pública para avaliar a inclusão da vacina meningo B no Sistema Único de Saúde (SUS). O imunizante protege contra a bactéria meningococo do tipo B, a mais comum entre as causadoras da doença meningocócica. Atualmente, a vacina é encontrada apenas na rede privada, enquanto o SUS já oferece proteção contra os sorotipos A, C, W e Y.
A meningite meningocócica, principal consequência grave da infecção, pode ter uma evolução rápida, resultando em óbito. Neste ano, o Brasil já registrou 2.357 casos de meningite bacteriana, com 454 mortes. Além da alta letalidade, a doença pode deixar sequelas graves como surdez e comprometimentos neurológicos em 10% a 20% dos sobreviventes.
Proposta e impacto da vacinação
Apesar de a maior parte dos registros de meningite não informar o tipo da bactéria, 138 casos foram causados pelo meningococo B, com 21 mortes confirmadas. Por isso, a vacina é recomendada por sociedades médicas, mesmo sem estar no calendário básico do SUS. A imunização é feita em três doses, aplicadas aos 3, 5 e 12 meses de idade.
A proposta de inclusão no SUS foi apresentada pela farmacêutica GSK à Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec). A empresa argumenta que, embora o custo de incorporação seja de aproximadamente R$ 6,1 bilhões em cinco anos, a vacinação traria uma redução nos gastos com internações e tratamentos da doença.
A consulta pública estará aberta por 20 dias no site da Conitec. Após esse período, as contribuições da população serão analisadas pelos membros da comissão, que irão elaborar um relatório para recomendar ou não a inclusão da vacina.
