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Leishmaniose: zoonose com poucas chances de cura requer cuidados diários

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Leishmaniose
Foto/Imagem: Freepik


Lesões ulcerativas, emagrecimento, crescimento exagerado das unhas e febre. Em pets, estes podem ser sinais de leishmaniose visceral, uma das zoonoses – doenças infecciosas naturalmente transmissíveis entre animais e seres humanos – mais significativas do nosso dia a dia, com mais de 12 milhões de pessoas infectadas em nível mundial.

Estudos recentes mostram que, além dos cachorros, gatos e outros animais podem ser reservatórios do protozoário causador da leishmaniose. “Os cães são considerados os principais reservatórios da doença para o ser humano, mas não são os únicos: a doença também pode se instalar em animais silvestres, como quati, gambá; roedores, como capivara; mamíferos, equinos e, inclusive em gatos, os quais eram considerados refratários, mas estudos recentes mostram o contrário”, conta o médico-veterinário, professor de doenças parasitárias dos animais domésticos da Universidade de Franca e franqueado da rede de farmácias de manipulação veterinária DrogaVET, Dr. Rafael Paranhos de Mendonça.

A leishmaniose visceral é endêmica em 76 países e, no continente americano, está descrita em pelo menos 12. Dos casos registrados na América Latina, 90% ocorrem no Brasil. E mais: está entre as dez principais doenças tropicais negligenciadas, uma vez que nem sempre sua notificação – que é obrigatória – é devidamente realizada pelo médico-veterinário à Vigilância Sanitária local.

“Assim, a leishmaniose tem se alastrado e o impacto é muito grande, tanto nos animais, quanto nos seres humanos”, alerta o médico-veterinário, lembrando que a doença pode ser fatal e, na maioria dos casos, o tratamento tem efeito sobre os sinais clínicos, podendo não acontecer a eliminação do parasito do corpo.

Esperança e controle em animais

Os sintomas da leishmaniose podem ser confundidos com os de outras doenças, como a dermatite. É o que contam William da Silva Rocha e Brena Querzia Ferreira dos Santos, tutores do Bethoven, um cachorro da raça Golden Retriever, de 3 anos e 2 meses de idade: “Descobrimos o diagnóstico de leishmaniose em fevereiro deste ano. Num primeiro momento, os sinais clínicos foram manchas mais escuras na pele, muita caspa e queda de pelos. Acreditávamos que era uma dermatite e estávamos tratando como tal. Mas, depois de algum tempo, começou a remelar os olhos, abrir feridas nas extremidades e cair pelo das pontas das orelhas. Ele parecia bem, pois comia e brincava normalmente, mas, como não estávamos vendo melhora dos sintomas, levamos novamente à clínica veterinária e foi aí que tivemos nosso susto, com a confirmação da doença. Na nossa ignorância, pensávamos que teria que fazer eutanásia”.

Após as médicas-veterinárias explicarem que a leishmaniose tem tratamento e Bethoven tem grande chance de ficar bem, vieram o conforto e a esperança. “Logo que ele foi diagnosticado, começamos o tratamento com medicamento manipulado e vitaminas para ajudar o fígado e os rins. No segundo mês, voltamos para refazer os exames e pesá-lo novamente. Como temos outro cão [Tody] em casa, fizemos todos os exames e descartamos a possibilidade de ele também estar infectado. Bethoven ganhou peso, a pelagem começou a crescer novamente e as feridas começaram a cicatrizar. E, então, no terceiro mês, utilizamos uma nova fórmula manipulada. Já estamos no começo do quarto mês de tratamento, sempre na esperança de uma cura completa da doença”, completa o tutor. O medicamento é manipulado na DrogaVET em forma de biscoitos e com sabor constantemente variado, para Bethoven não enjoar.

O casal de tutores deixa um recado para os pais de pets: “Nunca desistam de seus filhos de quatro patas. Por mais difícil que seja o problema, foquem na solução. Eles são seres especiais, que foram enviados por Deus para nos dar amor e alegria.”

Saiba mais sobre a doença

A leishmaniose é causada pelo protozoário do gênero Leishmania, transmitido pela picada da fêmea flebotomíneo (Lutzomyia longipalpis) infectada, popularmente conhecida por mosquito-palha, tatuquira, cangalhinha ou birigui. Como o mosquito – de 2mm de tamanho – não é identificável a olho nu, é importante que se faça uso de tela mosqueteira, como proteção nos ambientes em áreas endêmicas.

Phlebotomus_pappatasi_bloodmeal_begin_Leishmaniose

James Gathany

“O mosquito-palha começa a picar ao entardecer. Então, nas regiões conhecidamente endêmicas, é interessante que cães fiquem em canis telados, após esse horário, além de colocar tela em toda a casa, para a proteção dos animais que compartilham o espaço com os humanos. Coleiras inseticidas e repelentes próprios para animais também são boas formas de prevenção”, indica Dr. Rafael.

O diagnóstico definitivo da leishmaniose é confirmado com a punção de linfonodo, fígado, baço ou líquor da medula espinhal. “Também temos a opção de teste rápido, para fazer a triagem, além da sorologia e do PCR real time. Mas o mais importante é, em casos suspeitos da doença, fazer o diagnóstico confirmatório o quanto antes”.

O susto que os tutores William e Brena tomaram tem fundamento: antigamente, não havia tratamento para a leishmaniose, sendo o mais indicado o sacrifício do animal. “Os medicamentos começaram a surgir em 2017. Atualmente, o que se tem de mais efetivo é o artesunato e a miltefosina, os quais, aliados ao acompanhamento do médico-veterinário a cada quatro meses e às medidas preventivas, têm sido as melhores soluções. Além disso, é possível manipular o medicamento em formas farmacêuticas flavorizadas, que facilitam a adesão do pet ao tratamento, como molho sabor picanha, calda sabor leite condensado, entre outras diversas opções”, orienta Dr. Rafael.

Apesar da evolução no tratamento, não existe garantia da eliminação do parasita. A cura é clínica; os sintomas diminuem, somem, mas podem voltar. O importante é fazer o diagnóstico e seguir rigorosamente o tratamento e as orientações do médico-veterinário.

Sobre a DrogaVET

A DrogaVET está sempre em busca de soluções no segmento de manipulação veterinária, respeitando integralmente todos os princípios éticos que regem a produção de medicamentos e a sua aplicabilidade em animais. Pioneira no segmento de farmácias de manipulação, a rede, que surgiu em 2004, já conta com mais de 100 unidades no Brasil, unindo tecnologia, inovação e o conhecimento de uma equipe altamente especializada de farmacêuticos e veterinários.

Saúde

Jovens de 15 a 19 anos receberão vacina da HPV até dezembro

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Foto/Imagem: Arquivo/Agência Saúde-DF

Uma importante medida de saúde pública foi anunciada para o Distrito Federal: a Secretaria de Saúde (SES-DF), seguindo as orientações do Ministério da Saúde, prorrogou até o final de dezembro a campanha de vacinação contra o papilomavírus humano (HPV) para a faixa etária de 15 a 19 anos. Essa é uma excelente oportunidade para quem perdeu o prazo e busca proteção contra o vírus.

Para se vacinar, basta apresentar um documento de identificação e o cartão de vacina em um dos mais de 180 pontos de vacinação disponíveis no Distrito Federal.

Baixa adesão preocupa autoridades

A ampliação do público-alvo da vacina HPV começou em março, com o objetivo de aumentar a cobertura vacinal entre os jovens que não se imunizaram na idade preconizada, que é de 9 a 14 anos. No entanto, os números atuais acendem um alerta: até o último sábado (14), apenas 2,3 mil indivíduos entre 15 e 19 anos haviam sido vacinados, um número muito abaixo da meta de 49 mil jovens estimados para essa faixa etária.

O secretário de Saúde, Juracy Lacerda, reforça a importância da vacinação. “Estamos comprometidos em aumentar a cobertura vacinal e garantir que todos tenham acesso às doses. É essencial que essa faixa etária aproveite a chance para se proteger contra infecções que podem levar a doenças graves, como o câncer”, alertou Lacerda.

A importância da vacina HPV na prevenção do câncer

O HPV é uma infecção sexualmente transmissível (IST) que pode causar verrugas genitais e diversos tipos de câncer, incluindo os de pênis, útero e laringe. No Brasil, dados do Ministério da Saúde revelam que o câncer de colo de útero mata cerca de 7 mil mulheres por ano, um cenário que sublinha a urgência e a relevância da vacinação como ferramenta de prevenção. A prorrogação da campanha no Distrito Federal é, portanto, uma chance valiosa para a população de Brasília e arredores se proteger e contribuir para a saúde coletiva.

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Saúde

Saúde do DF em Debate: Iges-DF Presta Contas e UPAs Viram Centro de Discussão na CLDF

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Foto/Imagem: Ângelo Pignaton/Agência CLDF

A saúde pública do Distrito Federal foi o centro de um acalorado debate na Câmara Legislativa (CLDF) nesta segunda-feira (16). Em audiência pública, o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF) apresentou sua prestação de contas dos últimos quatro meses de 2024 à Comissão de Saúde (CSA), evidenciando desafios e planos para o setor. Representantes do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) e movimentos de usuários da saúde também acompanharam a sessão.

O presidente do Iges-DF, Cleber Monteiro Fernandes, destacou o aprimoramento da gestão, com a criação de uma superintendência de contratos e a futura implementação de um cartão corporativo para agilizar a aquisição de insumos nas unidades. “Precisamos auditar nossos contratos de ponta a ponta. Por isso, estamos criando processos de auditoria permanente”, afirmou Monteiro.

Novas UPAs e a Crise da Atenção Primária

O anúncio do Governo do Distrito Federal (GDF) de construir sete novas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) em regiões como Sol Nascente/Pôr do Sol, Taguatinga Sul e Estrutural, com investimento de R$ 117 milhões, gerou discussões entre os parlamentares.

A presidente da CSA, deputada Dayse Amarilio (PSB), embora veja com bons olhos os investimentos, defendeu a necessidade de repensar o planejamento da saúde no DF, priorizando o fortalecimento da atenção primária. Para a deputada, que classificou a situação como um “cenário de guerra”, a porta de entrada do Sistema Único de Saúde (SUS) – as Unidades Básicas de Saúde (UBS) – é crucial para a promoção da saúde e prevenção de doenças.

Amarilio denunciou falhas graves nas UPAs geridas pelo Iges-DF, como a demora no atendimento, a falta de leitos e a escassez de ambulâncias para transporte de pacientes. “Não é verdade que a UPA é melhor que a atenção primária. O que falta é compromisso de gestão, para que as pessoas possam entregar o que é melhor, para que as pessoas possam trabalhar sem a sensação de que seus pacientes vão morrer”, desabafou a parlamentar, que relatou ter presenciado a UPA de Vicente Pires completamente lotada, sem acolhimento adequado.

O deputado Pastor Daniel de Castro (PP) corroborou a sobrecarga das UPAs, que, segundo ele, muitas vezes são procuradas por pacientes que buscam um serviço de melhor qualidade do que o oferecido pela Secretaria de Saúde. Ele criticou a existência de dois modelos de atendimento (Iges-DF e SES/DF), que podem complicar o processo e gerar retrabalho. “Quando a gente refaz o atendimento, a gente gasta em dobro”, pontuou.

A promotora de Justiça do MPDFT, Hiza Carpina, alertou para “sérios problemas” nas unidades do Iges-DF, incluindo a lotação superior a 200% em prontos-socorros, déficit de profissionais e altas taxas de absenteísmo. “É possível enxergar o colapso. Precisamos de um projeto de saúde para o DF”, ponderou Carpina.

Transparência Financeira e Contratual do Iges-DF

No período de setembro a dezembro de 2024, o Iges-DF recebeu um total de R$ 564 milhões, com a maior parte (R$ 558 milhões) proveniente do Contrato de Gestão e aditivos. As despesas totalizaram R$ 547 milhões, com gastos significativos em pessoal (R$ 297 milhões) e serviços de terceiros (R$ 142 milhões).

A área de contratos do Instituto formalizou 465 instrumentos contratuais, totalizando mais de R$ 448 milhões, destacando-se serviços de vigilância patrimonial, lavanderia hospitalar e fornecimento de alimentação. Cerca de 16% dos contratos foram classificados como emergenciais. O Iges-DF também reforçou sua atuação na análise de falhas contratuais e aplicação de sanções, visando garantir a responsabilização de fornecedores e a integridade das contratações públicas.

Os dados completos da prestação de contas do Iges-DF para o 3º quadrimestre de 2024 podem ser acessados na íntegra na página oficial do instituto. A audiência pública também contou com a participação dos deputados Jorge Vianna (PSD) e Pepa (PP) e a íntegra da reunião pode ser assistida no canal do YouTube da CLDF.

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