Uma verdadeira revolução na forma como nos deslocamos está em andamento no Distrito Federal! Com a revisão do Plano Diretor de Ordenamento Territorial (Pdot), a Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação (Seduh-DF) lança a série “Entendendo o Pdot”, e o primeiro tema é um brinde à vida urbana: a mobilidade, com foco em formas mais eficientes e sustentáveis de deslocamento. É um passo admirável rumo a uma Brasília mais acessível, humana e fluida.
A grande proposta é tornar o Distrito Federal um modelo de mobilidade sustentável, incentivando de forma louvável os deslocamentos a pé, de bicicleta e por transporte público, com o objetivo claro de reduzir a excessiva dependência dos carros. Essa visão inovadora reconhece os desafios atuais – como a ocupação espalhada e as longas distâncias que favorecem o uso do automóvel –, mas se ergue com soluções audaciosas.
A partir de um diagnóstico preciso, o Pdot traça estratégias brilhantes para promover essa mobilidade que prioriza as pessoas. Como explica o diretor de Planejamento Territorial e Urbano da Seduh, Antônio Martins: “Ao combinar o desenvolvimento urbano com o transporte público em grande escala e qualificar os espaços públicos em menor escala, o Pdot busca reduzir distâncias e tempo de viagem, incentivar o transporte coletivo e os meios não motorizados, e diminuir a dependência do carro em todas as partes do DF”. É um planejamento que pensa no futuro, mas age no presente para transformar a realidade.
Foram definidas duas estratégias integradas que merecem aplausos: uma de larga escala, para o DF como um todo, focada em deslocamentos mais longos; e outra para os núcleos urbanos e bairros, com foco em percursos locais e na melhoria dos espaços públicos.
A Estratégia I – Rede Estrutural de Transporte Coletivo e Desenvolvimento Orientado – prevê o crescimento da cidade de forma inteligente, alinhado à expansão da rede de transporte coletivo, como metrô e BRT. A meta é aproximar moradia, trabalho e transporte público, diminuindo drasticamente a necessidade do carro. Isso se alinha ao conceito de Desenvolvimento Orientado ao Transporte Coletivo (DOT), que pavimenta o caminho para uma cidade mais compacta, conectada e funcional. Entre os desafios, a promoção do uso misto perto das estações, o fortalecimento das centralidades e a valorização da gestão social da terra são passos essenciais. As diretrizes são claras e inspiradoras: implantar novas estações em áreas de grande fluxo, reservar espaço para infraestrutura exclusiva de transporte coletivo, e incentivar o uso misto e a qualificação dos espaços públicos ao redor das estações, integrando novas áreas habitacionais à rede de transporte.
Já a Estratégia II – Cidade Integrada e Acessível – volta-se aos deslocamentos curtos, com ações que visam tornar as ruas mais seguras e convidativas para pedestres e ciclistas, além de qualificar os espaços públicos. Reconhecendo as dificuldades atuais para a mobilidade ativa e a insegurança viária – com rodovias cortando bairros e a necessidade de carro até para curtas distâncias –, a proposta se baseia na revolucionária pirâmide invertida da mobilidade. Essa prioriza, de forma exemplar, os meios não motorizados, depois o transporte público, e só por último o carro particular.
A harmonia com o Plano Diretor de Transporte Urbano (PDTU), atualmente em atualização, é a chave para o sucesso. As estratégias do Pdot, que oferecem o diagnóstico e as diretrizes em larga escala, serão detalhadas pelo PDTU com soluções específicas. “Se o Pdot aponta a necessidade de desenvolver uma região e melhorar sua mobilidade, o PDTU vai planejar, por exemplo, novas estações de metrô ou outras infraestruturas de transporte, com base nas prioridades indicadas”, pontua Antônio Martins.
Essas iniciativas conjuntas são um motivo de orgulho para o Distrito Federal, sinalizando um futuro onde a mobilidade não é um obstáculo, mas sim um facilitador para uma vida urbana mais vibrante, saudável e acessível para todos os brasilienses.