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Economia

Estudo revela potencial de consumo em favelas no Brasil

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© Fernando Frazão/Agência Brasil

Um novo estudo desmistifica o estereótipo de pobreza nas favelas brasileiras, revelando um ambiente comercial vibrante e alinhado às principais tendências de consumo digital do país. A pesquisa, que ouviu 16 mil pessoas com apoio da Central Única das Favelas (Cufa) e metodologia do Data Favela, analisou percepções sobre consumo, condições de vida e aspirações dos moradores.

Os resultados indicam que 83% dos entrevistados buscam produtos com boa qualidade e preço acessível. A conquista do consumo é vista como um direito e um senso de pertencimento: 85% se sentem realizados ao poupar para itens mais caros, e 78% se esforçam para adquirir produtos que não puderam ter na juventude.

Contrariando a visão limitada sobre o desejo de consumo, o estudo também investigou a frustração. Metade dos participantes (50%) já se sentiu constrangida ou humilhada por não ter acesso a um produto, e 62% se sentiram excluídos por não poder consumir produtos “da moda”.

A pesquisa ainda ressalta a importância da aparência: 77% dos moradores se importam com ela, 57% consideram cosméticos itens de primeira necessidade e 37% acreditam que uma boa aparência favorece melhores condições profissionais.

 

Anseios dos moradores: Moradia, saúde e respeito

Além do consumo, a pesquisa aprofundou-se nos principais anseios dos moradores das favelas. Os sonhos mais citados foram:

  • 19%: Melhores condições de moradia.
  • 18%: Mais acesso a hospitais e postos de saúde.
  • 18%: Mais segurança.
  • 14%: Mais infraestrutura (esgoto e iluminação).

O respeito para os moradores foi prioritário para 9% dos ouvidos, seguido por opções de lazer (7%), mais escolas (5%) e mais opções de transporte (4%).

 

O consumo digital e seus desafios

O estudo revela que o consumo online é uma realidade para seis em cada 10 moradores de favelas. Essas comunidades abrigam cerca de 17 milhões de pessoas com mais de 18 anos, representando 8% dos lares brasileiros.

As plataformas de e-commerce preferidas são Shopee, Mercado Livre e Shein, mencionadas por 78% dos entrevistados. A Shopee lidera significativamente, sendo utilizada por 40%.

Para os próximos seis meses, as intenções de compra incluem:

  • 70%: Vestuário.
  • 60%: Itens de beleza e perfumaria.
  • 51%: Material de construção e eletrodomésticos (mesmo percentual).
  • 43%: Eletrônicos e cursos diversos (mesmo percentual).
  • 29%: Cursos de idiomas.

Apesar do avanço do e-commerce, persistem desafios: 60% dos entrevistados relataram atrasos na entrega, e 20% não receberam suas encomendas por problemas de endereço. Além disso, a segurança digital é uma preocupação: metade disse ter recebido mensagens ou e-mails fraudulentos, e um terço caiu em golpes de mensagens ou e-mails.

Fonte em Foco. Nosso conteúdo jornalístico é complementado pelos serviços da Agência Brasil, Agência Brasília, Agência Distrital, assessorias de imprensa e colaboradores