O investimento global em merenda escolar mais que dobrou entre 2020 e 2024, passando de US$ 43 bilhões para US$ 84 bilhões, segundo o relatório “O Estado da Alimentação Escolar no Mundo”, divulgado pelo Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas (WFP). Com esse aumento, 80 milhões de crianças que não tinham acesso à alimentação na escola agora são atendidas.
O estudo mostra que o número de crianças que recebem merenda escolar em todo o mundo chegou a 466 milhões, um aumento de 20% no período. O avanço é liderado pelos países de baixa renda, especialmente na África.
O impacto da merenda escolar na sociedade
Segundo Daniel Balaban, diretor do WFP no Brasil, a maioria desse investimento vem dos próprios países, que estão compreendendo que a merenda escolar é um investimento em educação, saúde e agricultura. O relatório aponta que cada US$ 1 investido em merenda pode gerar entre US$ 7 e US$ 35 em benefícios econômicos, além de criar cerca de 7,4 milhões de empregos.
As refeições escolares também têm um impacto direto na aprendizagem dos alunos. A pesquisa indica que crianças que recebem uma alimentação adequada têm melhor desempenho cognitivo e conseguem melhores notas.
Brasil, um modelo global
O relatório destaca o Brasil como uma das principais referências mundiais na área. O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), um dos maiores do mundo, fornece refeições diárias para quase 40 milhões de estudantes. O programa se destaca por sua legislação, que obriga a compra de pelo menos 30% dos recursos diretamente da agricultura familiar.
Essa medida revolucionária fortalece a economia local e garante que os alimentos cheguem de forma mais direta às comunidades. O Brasil, que atualmente preside a Coalizão para a Alimentação Escolar junto com Finlândia e França, também criou o Centro de Excelência contra a Fome em parceria com o WFP, que apoia mais de 80 países a combater a fome.

