O Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), mecanismo financeiro idealizado pelo Brasil para proteger florestas tropicais, foi lançado oficialmente nesta quinta-feira (6) na COP30 em Belém, no Pará. O lançamento foi marcado por um aporte significativo do governo da Noruega, que prometeu investir US$ 3 bilhões ao longo dos próximos 10 anos.
Este é o maior investimento individual anunciado por um único país até o momento, elevando o total de investimentos prometidos por países soberanos para cerca de US$ 5,5 bilhões.
O TFFF, que tem como idealizadores os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Marina Silva (Meio Ambiente), ambiciona alcançar inicialmente US$ 25 bilhões em recursos de países e alavancar US$ 125 bilhões com capital privado. O fundo será operacionalmente gerenciado pelo Banco Mundial.
Andreas Bjelland Eriksen, ministro do Clima e do Meio Ambiente da Noruega, justificou o aporte destacando o risco global da inação:
“Um dos maiores riscos que enfrentamos hoje é o desaparecimento das florestas tropicais diante de nossos olhos, e isso não é algo que tenha consequências apenas para o Brasil. Somos todos interdependentes na gestão desse risco,” afirmou Eriksen, enfatizando que o risco de não investir no TFFF pode ser maior.
O mecanismo é desenhado para arrecadar recursos e aplicá-los em projetos de conservação em mais de 70 nações que possuem florestas tropicais. Em troca, os investidores receberão retornos financeiros. Pelo menos 20% do montante será destinado a comunidades tradicionais e povos indígenas.
A ministra Marina Silva reforçou a segurança do investimento, citando a alta classificação de risco financeiro:
“É um recurso que, sendo aportado, ele terá garantia de retorno, porque ele opera num sistema muito seguro, que são os títulos triplo A,” disse Marina Silva, referindo-se aos títulos de baixo risco.
Além do retorno financeiro, a ministra destacou o ganho ambiental e social. Ao proteger as florestas, o fundo evita a emissão de CO2, protege a biodiversidade e respeita os modos de vida das comunidades tradicionais, cumprindo uma demanda histórica dos países desenvolvidos por mecanismos que vão além do recurso público.

