O verão no Hemisfério Sul começa neste domingo (21) e deve trazer um cenário climático marcado por chuvas acima da média em grandes áreas do Norte e do Sul do Brasil, segundo previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Em partes do Nordeste, do Centro-Oeste e do Sudeste, porém, o quadro é de precipitações abaixo do esperado, combinadas com temperaturas mais elevadas.
A estação segue até 20 de março de 2026 e é caracterizada por dias mais longos, maior incidência solar e mudanças rápidas no tempo, com possibilidade de chuvas intensas, rajadas de vento, granizo e descargas elétricas.
Região Norte terá mais chuva e calor elevado
No Norte, a previsão aponta chuvas acima da média histórica na maior parte dos estados, acompanhadas de temperaturas elevadas. As exceções são o sudeste do Pará e o Tocantins, onde os volumes de chuva podem ficar abaixo da média.
Segundo o Inmet, a temperatura média do ar deve ficar acima da climatologia no Amazonas, centro-sul do Pará, Acre e Rondônia, com desvios que podem ultrapassar 0,5 °C. Já em Amapá, Roraima e no norte do Pará, os termômetros tendem a permanecer próximos da média histórica.
Sul com chuvas acima da média em todos os estados
Na Região Sul, o verão deve ser marcado por chuvas acima da média histórica nos três estados. Os maiores acumulados são esperados no sudeste e sudoeste do Rio Grande do Sul, onde os volumes podem chegar a 50 milímetros acima da média do trimestre.
As temperaturas também devem ficar predominantemente acima da média, especialmente no oeste gaúcho, com desvios de até 1 °C em relação à climatologia.
Nordeste terá predomínio de estiagem
O cenário é mais seco na Região Nordeste. O Inmet prevê chuvas abaixo da média em praticamente toda a região, com destaque para a Bahia, o centro-sul do Piauí e grande parte de Sergipe, Alagoas e Pernambuco, onde o déficit pode chegar a 100 milímetros no trimestre.
Por outro lado, áreas do centro-norte do Maranhão, norte do Piauí e noroeste do Ceará devem registrar chuvas próximas ou acima da média.
Centro-Oeste com irregularidade nas chuvas
No Centro-Oeste, apenas o oeste do Mato Grosso deve ter chuvas acima da média histórica. Em Goiás, a tendência é de volumes abaixo do esperado, enquanto no restante da região os acumulados devem ficar próximos da média.
As temperaturas, no entanto, devem permanecer acima da climatologia, com desvios de até 1 °C na faixa central da região.
Sudeste com menos chuva e mais calor
A previsão para o Sudeste indica predomínio de chuvas abaixo da média, com volumes que podem chegar a 100 milímetros abaixo do padrão histórico do trimestre.
Deve chover menos em áreas centrais de Minas Gerais, na Zona da Mata, no Vale do Rio Doce e na Região Metropolitana de Belo Horizonte. As temperaturas devem ficar até 1 °C acima da média, segundo o Inmet.
Sistemas climáticos e volumes esperados
De acordo com o Inmet, as chuvas do verão nas regiões Sudeste e Centro-Oeste são influenciadas principalmente pela Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS). Já no norte do Nordeste e na Região Norte, a atuação da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) é o principal fator.
Os maiores volumes de precipitação do país devem ocorrer nas regiões Norte e Centro-Oeste, com totais entre 700 e 1.100 milímetros ao longo da estação, período crucial para os biomas Amazônia e Pantanal.
Em resumo, o verão começa com um Brasil dividido entre excesso de chuva, estiagem localizada e calor acima do normal — um cenário que exige atenção tanto do poder público quanto da população.

