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sábado, 6 dezembro 2025, 03:42:47
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GDF faz ação para pessoas em situação de rua

Publicado em:

Repórter: Paulo Andrade

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O Governo do Distrito Federal (GDF) promove nesta terça-feira (14), a partir das 9h, uma operação de acolhimento e assistência social para pessoas em situação de rua que ocupam cinco pontos da Asa Norte. A ação é coordenada pela Casa Civil e reúne um verdadeiro batalhão de órgãos públicos: as secretarias de Desenvolvimento Social (Sedes-DF), Saúde (SES-DF), Educação (SEEDF), Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Renda (Sedet-DF), Segurança Pública (SSP-DF), Proteção da Ordem Urbanística (DF Legal) e Justiça e Cidadania (Sejus-DF), além do Serviço de Limpeza Urbana (SLU), Novacap, Codhab, Detran-DF, Polícia Militar, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros Militar e Conselho Tutelar.

É muita gente envolvida — o que pode ser um bom sinal de coordenação intersetorial, mas também acende o alerta: será que toda essa estrutura vai se traduzir em soluções efetivas, ou estamos diante de mais uma operação que resolve temporariamente o problema visual sem atacar a raiz?

O que será oferecido

As pessoas em situação de rua terão acesso a uma gama de serviços nas áreas de saúde, educação e assistência social, além de orientações sobre cuidados com animais domésticos e informações sobre benefícios como deslocamento interestadual. Entre as ofertas, estão:

  • Auxílio excepcional de R$ 600 para quem não tem condições de arcar com aluguel
  • Vagas em abrigos
  • Programas de qualificação profissional, como o RenovaDF
  • Cadastro para unidades habitacionais da Codhab

No papel, a proposta parece abrangente. O auxílio de R$ 600 é algo, mas qualquer pessoa que conheça o mercado de aluguel em Brasília sabe que esse valor não paga nem um quarto compartilhado em muitas regiões. A questão é: esse valor será recorrente ou é apenas uma ajuda pontual? E as vagas nos abrigos — quantas são, de fato, e quais as condições desses locais?

O que acontece depois

Após o atendimento, a DF Legal fará o desmonte das estruturas utilizadas pelas pessoas em situação de rua e o transporte dos pertences para o local indicado pelo próprio ocupante. Caso não haja indicação, os objetos pessoais serão encaminhados ao depósito da pasta, no SIA Trecho 04, Lotes 1380/1420, onde poderão ser retirados em até 60 dias, sem custo.

Aqui mora um ponto sensível: a remoção de estruturas é parte do protocolo, mas historicamente esse tipo de operação tem sido criticado por não oferecer alternativas concretas de reinserção social. Desarmar a barraca é rápido. Garantir que a pessoa tenha um lugar digno para morar, trabalho e acompanhamento contínuo é outra conversa.

Durante toda a semana passada, as secretarias realizaram abordagens sociais e atendimentos prévios nos locais, mapeando o público a ser atendido e suas demandas. Isso é importante — pelo menos indica que não é uma ação de última hora, feita apenas para “limpar” a área.

Onde a ação acontece

Os pontos de atuação nesta terça-feira (14) são:

  • 601 Norte
  • Via N4 Leste, SGAN 601
  • SGAN 607, L3 Norte
  • SGAN 610, L3 Norte
  • 611/612, L3 Norte

A pergunta que fica

Operações como essa costumam gerar reações mistas. De um lado, há quem defenda que o poder público precisa agir para garantir o uso adequado do espaço público e oferecer alternativas dignas para quem está na rua. De outro, há críticas sobre a falta de continuidade dessas ações — muitas vezes, após o desmonte das estruturas, as pessoas voltam para as mesmas áreas semanas depois, porque não houve inserção real em programas de moradia, trabalho e saúde.

O auxílio de R$ 600 é insuficiente para sustentar aluguel em Brasília. As vagas em abrigos, historicamente, não dão conta da demanda. E os programas de qualificação profissional, por mais bem-intencionados que sejam, precisam de acompanhamento de médio e longo prazo para realmente gerarem empregabilidade.

A ação de hoje é um passo. Mas o verdadeiro teste será saber se, daqui a três, seis meses, essas pessoas estarão inseridas em alguma rede de proteção consistente — ou se terão simplesmente migrado para outro canto da cidade, longe dos olhos, mas ainda na mesma situação.

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