A projeção do mercado financeiro para a inflação oficial do Brasil em 2025 subiu e ultrapassa o teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Segundo o Boletim Focus divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira (2), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve fechar o ano em 5,46%, acima do limite superior da meta, que é de 4,5%.
A inflação estimada para 2026 é de 4,5%, enquanto as projeções para 2027 e 2028 são de 4% e 3,85%, respectivamente. Em abril deste ano, o IPCA foi de 0,43%, pressionado por alimentos e medicamentos, acumulando 5,53% nos últimos 12 meses.
Juros em alta e cautela no Copom
Para conter a inflação, o Banco Central tem mantido a taxa básica de juros (Selic) em 14,75% ao ano, o nível mais alto desde 2017. A última alta, de 0,5 ponto percentual, foi a sexta consecutiva. O Comitê de Política Monetária (Copom) ainda não indicou o que fará na próxima reunião, marcada para a segunda quinzena de junho, mas reforçou que o cenário continua incerto.
A expectativa do mercado é que a Selic se mantenha em 14,75% até o fim de 2025 e comece a cair em 2026, chegando a 12,5%, com redução progressiva nos anos seguintes.
Embora o juro alto ajude a controlar os preços, ele também encarece o crédito, desestimula o consumo e pode comprometer o crescimento da economia.
PIB perde fôlego, mas segue crescendo
A projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) foi ajustada para 2,13% em 2025. Para 2026, o mercado estima crescimento de 1,8%, com tendência de 2% para 2027 e 2028.
O primeiro trimestre de 2025 registrou avanço de 1,4%, puxado pela agropecuária, segundo o IBGE. Em 2024, o Brasil cresceu 3,4%, o quarto ano seguido de expansão econômica.
Dólar também preocupa
A cotação do dólar é outro fator de atenção. A projeção é de que a moeda americana feche 2025 em R$ 5,80, subindo para R$ 5,90 no fim de 2026. A valorização do dólar pressiona ainda mais os preços, especialmente de produtos importados.