A atuação de empresas privadas no saneamento básico do Brasil cresceu 525% nos últimos cinco anos, de acordo com o Panorama da Participação Privada no Saneamento, divulgado nesta segunda-feira (25) pela Associação e Sindicato Nacional das Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de Água e Esgoto (Abcon Sindcon). O avanço está ligado diretamente ao Novo Marco Legal do Saneamento, que entrou em vigor em 2020 e abriu o mercado para o setor privado.
Atualmente, cerca de 1.820 municípios — quase um terço do total no país — têm serviços de água e esgoto prestados por empresas privadas. O investimento do setor também cresceu, subindo de 15,1% em 2020 para 27,3% em 2023, com um acumulado de R$ 84 bilhões no período.
Universalização e impacto social
Um dos principais desafios do Novo Marco Legal é a meta de universalização, que prevê que até 2033, 99% dos brasileiros tenham acesso à água tratada e 90% à coleta e tratamento de esgoto. A Abcon Sindcon afirma que o setor está no caminho certo para cumprir o prazo, apesar da complexidade na construção de infraestrutura.
A diretora-executiva da entidade, Christianne Dias, destaca que o maior envolvimento do setor privado tem ajudado a reduzir as desigualdades. Entre 2019 e 2023, por exemplo, mais de 674 mil domicílios de baixa renda foram conectados à rede de água e cerca de 1,2 milhão à rede de esgoto. Houve, ainda, um aumento de 60% no número de locais com direito à tarifa social.

