O número de pessoas em situação de rua que acessam os Restaurantes Comunitários no Distrito Federal cresceu significativamente. Um estudo recente do Instituto de Pesquisa e Estatística do DF (IPEDF), parte do 2º Censo Distrital da População em Situação de Rua, revela que 45,1% dos entrevistados agora utilizam esses espaços para se alimentar, um salto de 32,1 pontos percentuais em comparação com 2022.
José da Cruz (nome fictício), usuário do Restaurante Comunitário da Estrutural, exemplifica o impacto direto dessa política. “Eu não tenho outro lugar. Aqui é de graça, é certo de vir comer, me alimentar”, resume ele, que se sente “com a barriguinha cheia, satisfeito”.
Restaurantes comunitários: Pilar da segurança alimentar
O levantamento do IPEDF mostra que a frequência de uso dos restaurantes também dobrou: 44,7% das pessoas em situação de rua os utilizaram cinco vezes ou mais nos últimos seis meses, contra 18,3% no censo anterior.
Gustavo Rocha, secretário-chefe da Casa Civil e coordenador da Política Distrital para a População em Situação de Rua, destaca que os dados comprovam o sucesso dos esforços do GDF. “O acesso à alimentação é um direito básico, e garantir esse direito é uma das prioridades da gestão. Os dados mostram que os esforços do GDF, por meio da coordenação da Casa Civil, têm gerado resultados concretos para a população em situação de rua”, afirma.
O Distrito Federal conta com 18 restaurantes comunitários em funcionamento, sendo que 15 operam de domingo a domingo, incluindo feriados. As refeições completas e balanceadas são servidas por apenas R$ 2, ou gratuitamente para pessoas cadastradas em situação de vulnerabilidade.
Para Marcela Machado, diretora de Estudos e Políticas Sociais do IPEDF, a pesquisa é fundamental para aprofundar o entendimento sobre as condições de vida dessa população, reforçando a necessidade de ações articuladas entre saúde, assistência social e direitos humanos.
Desafios de saúde e futuro das políticas públicas
Além dos avanços na alimentação, o estudo também trouxe dados sobre a saúde das pessoas em situação de rua, indicando que uma parte expressiva enfrenta desafios como sintomas de ansiedade, depressão e dores persistentes. Esses dados reforçam a necessidade de atuação integrada do governo.
“A Casa Civil tem trabalhado para integrar as ações do governo e garantir que os serviços cheguem com mais eficiência a quem precisa. Este estudo reforça que estamos no caminho certo. A prioridade é ampliar a dignidade, o cuidado e a proteção social para todos os cidadãos do DF”, completou Gustavo Rocha.
A pesquisa foi realizada entre 4 e 7 de fevereiro de 2025, com 568 pessoas em situação de rua ou acolhidas em serviços, em parceria entre o IPEDF e a Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes).