O presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), Jorge Viana, afirmou nesta terça-feira (22) que a imposição de tarifas de 50% pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre produtos brasileiros, não se trata de um “problema” comercial. Para Viana, a medida é uma ação de grupos políticos ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
“Eu não consigo achar o problema que nós temos com os Estados Unidos, para poder agir. Porque o que está vindo para nós não é um problema de comércio, é uma ação perversa de família, de grupos extremistas que querem danificar o país, querem danificar quem trabalha, danificar as empresas e danificar a soberania do nosso país. E diante disso devemos estar unidos como nunca antes”, declarou Viana.
A afirmação foi feita durante a cerimônia de assinatura de um convênio entre a Apex e a União Nacional das Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária (Unicafes). A parceria visa promover a exportação de produtos agroindustriais de cerca de 1,5 mil cooperativas.
Peiex: Capacitação para a exportação de cooperativas
O convênio, batizado de Projeto de Extensão Industrial Exportadora (Peiex), é exclusivo para cooperativas e tem como objetivo fornecer subsídios e capacitações para que elas alcancem mercados externos.
Dados da Unicafes indicam que 92,6% das cooperativas associadas adotam práticas sustentáveis na produção, 75% são agroindústrias e 73,4% promovem a inclusão de jovens e mulheres. A valorização das mulheres é um dos eixos centrais do projeto, reconhecendo sua dedicação no cultivo das terras e no desenvolvimento de suas comunidades.
A presidente da Confederação Unicafes, Fátima Torres, destacou que a iniciativa fortalecerá a competitividade das cooperativas na abertura de novos mercados, tanto nacionais quanto internacionais. “Nós vamos estar disponibilizando capacitação para as nossas cooperativas e essa formação serve para os mercados. Claro que a Apex tem um foco no mercado internacional, mas essa capacitação vem para promover, cada vez mais, o amadurecimento da gestão das nossas cooperativas. E aí, a outra coisa é que, a partir desse convênio, nós vamos poder cada vez mais internacionalizar o nosso cooperativismo solidário”, afirmou.