O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu um prazo de 48 horas para a defesa de Jair Bolsonaro se manifestar sobre o pedido de asilo político encontrado no celular do ex-presidente. A decisão foi publicada nesta quarta-feira (20), um dia após a Polícia Federal (PF) indiciar Bolsonaro e seu filho, Eduardo Bolsonaro (PL-SP), por tentativa de interferência na trama golpista.
No documento, o ministro cita o relatório da PF que aponta diversas tentativas de Bolsonaro de burlar as medidas cautelares que o proibiam de ter contato com outros investigados e de usar redes sociais. Entre os fatos mencionados estão a comunicação com o general Braga Netto, que estava proibido de se falar com Bolsonaro, e a troca de mensagens com aliados para a publicação de postagens.
Risco de fuga e futuro da investigação
O relatório da PF aponta que Bolsonaro teria cogitado pedir asilo político ao presidente da Argentina, Javier Milei. Um documento de 33 páginas, sem assinatura e sem data, foi encontrado salvo no celular do ex-presidente. Segundo a PF, a existência do documento e as violações das medidas cautelares demonstram um “comprovado risco de fuga”.
O caso agora está sob análise da Procuradoria-Geral da República (PGR), que decidirá se Bolsonaro e Eduardo serão formalmente denunciados ao STF.

