O pão, um alimento presente na mesa de milhões de brasileiros, se tornou um vilão em muitas dietas. Com o avanço de tendências como as dietas low carb e o movimento anti-glúten, o alimento rico em carboidratos foi banido dos cardápios, gerando debates e preocupações entre especialistas. Mas, afinal, o pão é um aliado ou um inimigo da saúde?
Segundo a nutricionista Renata Farrielo, a resposta não é simples. “É difícil eleger a melhor opção, ela varia de acordo com os hábitos, a cultura e a história de vida”, explica. Além de nutrir o corpo, o pão carrega um valor simbólico de afeto e tradição, elementos que também fazem parte de uma alimentação saudável.
Mitos sobre carboidratos e glúten
Um dos principais motivos para a exclusão do pão são os modismos alimentares propagados nas redes sociais. As dietas low carb, por exemplo, defendem a restrição de carboidratos para a perda de peso. No entanto, o nutrólogo Durval Ribas Filho ressalta que os carboidratos são a principal fonte de energia para o corpo, especialmente para o cérebro. A ausência desse macronutriente pode afetar até mesmo o humor, já que ele participa da produção de neurotransmissores como a serotonina, ligada ao bem-estar.
Outra grande polêmica é o glúten. Embora a substância deva ser evitada por pessoas com condições como doença celíaca ou intolerância, a demonização generalizada é perigosa. A nutricionista Renata Juliana da Silva explica que a retirada do glúten sem necessidade pode piorar a qualidade da dieta, já que alguns produtos sem a substância podem conter menos fibras e mais açúcar e gorduras para compensar a textura.
Como escolher a melhor opção?
Especialistas defendem que o pão, principalmente o integral ou de fermentação natural, pode ser uma parte importante de uma dieta equilibrada, como a dieta mediterrânea, reconhecida por seus benefícios à saúde cardiovascular.
A escolha da melhor opção deve levar em conta o contexto de cada pessoa. Pães integrais e os de fermentação natural, por exemplo, oferecem mais fibras e nutrientes. No entanto, a decisão de banir o pão do cardápio deve ser feita sob orientação profissional.

