Uma pupila que se mostra branca, em vez de preta, pode ser um sinal de alerta para a saúde ocular de crianças. Conhecida popularmente como leucocoria ou “olho de gato”, a condição é uma emergência oftalmológica e exige atenção imediata.
Segundo a oftalmologista Rosa Maria Graziano, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica (Sbop), a leucocoria é um sinal, e não um diagnóstico. “Ela não salva só o olho, mas a vida dessas crianças”, explica a médica, alertando que a condição pode indicar desde uma catarata congênita até um retinoblastoma, o tipo mais comum de tumor ocular maligno na infância.
O teste do olhinho e a importância da prevenção
A especialista ressalta a importância do teste do reflexo vermelho, popularmente conhecido como teste do olhinho. O exame é obrigatório por lei em quase todos os estados brasileiros e deve ser feito entre 48 e 62 horas após o nascimento, com repetições pelo menos três vezes ao ano até os 5 anos de idade.
Quando a luz entra no olho, a retina reflete um brilho alaranjado-avermelhado. A leucocoria ocorre quando esse reflexo está ausente ou se mostra branco, indicando uma anormalidade que impede a luz de chegar à retina. O problema pode ser detectado a olho nu em casos mais evidentes ou por meio de fotos com flash, onde um dos olhos apresenta um reflexo branco e diferente do outro.
Múltiplas causas e avaliação médica
A Sbop lista diversas condições que podem causar leucocoria, incluindo catarata, descolamento de retina, infecções e o próprio retinoblastoma. Por isso, a entidade reforça que qualquer alteração no teste do olhinho ou suspeita de pupila branca exige uma avaliação oftalmológica imediata para um exame completo, incluindo o de fundo de olho dilatado, para descartar as causas mais graves.
Apesar de, em alguns casos, a leucocoria ter uma origem benigna, a avaliação profissional é fundamental para garantir o diagnóstico e o tratamento corretos, protegendo a visão e a vida da criança.

