O Distrito Federal participou neste sábado (8) do Dia D de Mobilização Nacional Contra a Dengue, uma iniciativa focada na prevenção e combate à proliferação do mosquito Aedes aegypti, vetor também da zika, chikungunya e febre amarela. A Secretaria de Saúde (SES-DF) e o Ministério da Saúde (MS) coordenaram uma série de ações de conscientização e inovação tecnológica.
Com a chegada do período chuvoso, quando a incidência de casos aumenta, as autoridades reforçam que o engajamento da população é crucial.
“Nesse Dia D de Mobilização, queremos lembrar as pessoas de que já chegamos no mês das chuvas. Essa é a época para todos agirmos […] para diminuirmos os criadouros de mosquito, limpando depósitos e calhas que possam acumular água parada,” alertou Marília Santini, diretora do Departamento de Doenças Transmissíveis do MS.
Em uma demonstração na Unidade Básica de Saúde (UBS) 1 da Asa Sul, a SES-DF apresentou o arsenal de combate ao mosquito, que ataca o vetor em todas as suas fases de vida:
- Ovitrampas: Armadilhas que capturam ovos do Aedes aegypti para monitorar as áreas de maior infestação. De 2024 até o momento, mais de 3 milhões de ovos foram capturados no DF.
- Estações Disseminadoras de Larvicida (EDLs): Estratégia de “autodisseminação”, onde mosquitos pousam em recipientes com larvicida (piriproxifeno) e o espalham em outros criadouros, impedindo o desenvolvimento das larvas.
- Wolbitos (Inovação): Soltura de Aedes aegypti inoculados com a bactéria Wolbachia. A bactéria faz com que o mosquito perca a capacidade de transmitir os vírus da dengue, zika e chikungunya, sem riscos para a saúde humana ou animal.
Além disso, a Diretoria de Vigilância Ambiental (Dival) da SES-DF realiza a borrifação de inseticidas em locais de grande circulação — como escolas, UBSs e estações de metrô — para combater o mosquito adulto.
O plano de enfrentamento à dengue no Distrito Federal também inclui a vacinação de crianças entre 10 e 14 anos em todas as UBSs. A imunização, que prevê duas doses com intervalo de três meses, visa reduzir a circulação do vírus e aliviar a rede pública hospitalar do DF.
A mobilização se estendeu ao setor empresarial. Em um encontro no Lacen-DF, a Secretaria de Saúde buscou a cooperação do setor econômico-produtivo para fiscalizar áreas como imóveis desocupados e canteiros de obras, que frequentemente se tornam criadouros do mosquito.
“Necessitamos da população, do poder público e também do setor econômico-produtivo para responsabilizar aqueles que insistem em não cooperar na prevenção,” destacou Allex Moraes, da SES-DF.

