O Museu Nacional da República voltou a ser cenário de emoção neste domingo (7). Sob as curvas projetadas por Oscar Niemeyer, 100 casais oficializaram a união na quarta edição de 2025 do Casamento Comunitário, programa que garante cerimônia completa e gratuidade total para quem não pode arcar com os custos do casamento civil.
A secretária de Justiça e Cidadania, Marcela Passamani, lembra que o projeto nasceu ali mesmo, em plena pandemia, quando o distanciamento obrigou cerimônias reduzidas. Ela diz que retornar ao museu traz um clima de lembrança, reforçando o valor simbólico da política pública. Criado pelo Decreto nº 41.971/2021, o programa já beneficiou mais de mil casais com a oficialização gratuita.
Em 2025, as cerimônias ocorreram em março, junho e agosto antes desta edição de outubro. Os noivos recebem transporte, trajes completos, maquiagem, produção de cabelo e registro fotográfico, tudo por meio de parcerias privadas e ações voluntárias. Para Marcela, garantir esse apoio representa dignidade, respeito e a presença efetiva do Estado na vida das famílias do DF.
Ao som da marcha nupcial tocada ao vivo, os casais desceram a escadaria interna do Museu da República para viver o momento que muda histórias. Uma delas é a de Kátia Kelly Caetano, 38 anos, que acordou às 2h pela ansiedade e foi a primeira a chegar para a maquiagem. Após oito anos vivendo em união estável, ela realizou o sonho do vestido, do véu e da cerimônia completa. O noivo, Alexsandro Carvalho, 35, disse ter se emocionado com o local e com a formalização.
A emoção também marcou o casal Eliete de Oliveira, 39, e Irivaldo Pinheiro, 32. Eliete contou que se sentiu “como uma princesa” com toda a preparação. Irivaldo destacou a atenção da equipe, que ajudou até quem não sabia ajustar gravata. Para ele, a oficialização representa segurança e um novo passo na vida familiar.
O programa oferece isenção das taxas cartoriais e também garante benefícios legais importantes, como segurança jurídica, direitos sucessórios, acesso a pensão, inclusão em programas sociais e proteção ampliada para famílias já em união estável. O registro civil foi conduzido por quatro juízas de paz. Entre elas, Mírtala Delmondez, que definiu o projeto como “grandiosidade”, enfatizando o sentimento de pertencimento que a cerimônia proporciona.
O Casamento Comunitário reforça, edição após edição, que formalizar a união não é luxo: é direito, cidadania e oportunidade de começar um novo capítulo com apoio e acolhimento.

