O número de acidentes envolvendo patinetes elétricos no Distrito Federal acendeu um alerta no Hospital de Base (HBDF). Um levantamento do Centro de Trauma da unidade revelou que, apenas em abril, foram 11 atendimentos a vítimas desses acidentes. O problema continua: nos meses seguintes, a média de casos se manteve alta, com quatro registros apenas nos primeiros 19 dias de agosto.
O modal, apesar de prático, apresenta sérios riscos. A equipe médica do HBDF reforça a importância do uso de equipamentos de segurança, como capacete, luvas e joelheiras. O chefe da Ortopedia do hospital, Rodrigo do Carmo, alerta para o uso irresponsável. “Ao alugar um carro, há seguro. Já com o patinete, isso não acontece”, compara.
Fraturas graves e recuperação prolongada
Os acidentes resultam não apenas em fraturas graves, mas também em lesões menores que sobrecarregam a rotina hospitalar. “Contusões e torções exigem exames de imagem, consultas e fisioterapia”, explica o ortopedista. “O número de casos tem impacto direto na rotina dos pacientes e das equipes médicas.”
O professor Thiago Cesar, de 39 anos, é uma das vítimas. Ele sofreu uma grave fratura exposta na perna após ser arremessado contra o Brasília Shopping, precisando de múltiplas cirurgias. “O atendimento está sendo muito bom, mas é um processo lento”, afirma.
O fisioterapeuta André Luiz Maia, especialista do HBDF, ressalta que a reabilitação é tão vital quanto a cirurgia. “O médico reconstrói a parte anatômica, mas é a fisioterapia que devolve a funcionalidade”, diz. O processo é gradual, visando não apenas a recuperação física, mas também o retorno à autonomia e a reinserção social do paciente.

