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BC aponta que aplicativos seguram desemprego

Publicado em:

Repórter: Fabíola Fonseca

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O Banco Central (BC) divulgou, em seu Relatório de Política Monetária do 3º trimestre de 2025, uma análise detalhada sobre o impacto crescente do trabalho por plataformas digitais na economia e no mercado de trabalho do Brasil. Os dados mostram que, entre 2015 e 2025, o número de trabalhadores por aplicativos de transporte e entrega saltou 170%, passando de 770 mil para 2,1 milhões.

A conclusão do BC é que o advento dessas plataformas digitais representa uma mudança estrutural com efeitos positivos nos indicadores gerais de emprego: resultou em elevação do nível de ocupação e da taxa de participação, contribuindo para uma redução na taxa de desocupação.

Desemprego Subiria sem os Aplicativos

Para mensurar o efeito, o BC simulou cenários na ausência das plataformas. Os resultados são significativos para o cenário de emprego no Brasil:

  • Aumento do Desemprego: Sem a existência dos aplicativos, a taxa de desemprego — atualmente em 4,3% — poderia subir entre 0,6 e 1,2 ponto percentual, chegando a 5,5%.
  • Aumento da Ocupação: O estudo sugere que os aplicativos não “roubaram” trabalhadores de outras ocupações. A maioria dos 2,1 milhões de trabalhadores estaria, na verdade, fora da força de trabalho se não fossem as plataformas, o que reforça o papel dos apps como porta de entrada para a ocupação.

Embora o crescimento seja expressivo, os trabalhadores de transporte por aplicativos representam uma fatia relativamente pequena, mas crescente, da população ocupada, passando de 0,8% para 2,1% entre 2015 e 2025. O transporte por aplicativo, inclusive, ganhou relevância na economia, sendo incluído no cálculo do IPCA (inflação) desde 2020.

O Outro Lado: Precarização e Queda da Renda

Apesar do impacto positivo nos indicadores macroeconômicos de emprego, o BC reconhece a complexa dualidade do fenômeno. Outros estudos apontam que o crescimento exponencial do trabalho por plataformas está ligado diretamente à precarização das condições de trabalho no país.

Dados de pesquisas como a do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) e do Fairwork Brasil revelam:

  • Queda na Renda: Enquanto o total de motoristas autônomos cresceu, o rendimento médio caiu. Em 2015, o rendimento médio era cerca de R$ 3,1 mil. Em 2022, com o crescimento dos aplicativos, caiu para menos de R$ 2,4 mil.
  • Jornadas Mais Longas: A proporção de motoristas com jornadas de 49 a 60 horas semanais aumentou de 21,8% em 2012 para 27,3% em 2022.
  • Menos Previdência: A contribuição previdenciária também despencou. O percentual de motoristas de passageiros que contribuía com a previdência social caiu de 47,8% em 2015 para 24,8% em 2022.

A análise do BC, portanto, acende um alerta: o trabalho por aplicativos, embora fundamental para segurar o desemprego e impulsionar a participação na força de trabalho, exige um olhar atento do governo e do Distrito Federal sobre a necessidade de regulamentação que garanta padrões mínimos de trabalho decente e renda justa para a crescente base de trabalhadores.

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