O Governo do Distrito Federal (GDF) inaugurou a primeira biofábrica de mosquito wolbito da capital, uma nova frente de combate à dengue e outras arboviroses. O Núcleo Regional de Produção Oswaldo Paulo Forattini, localizado no Guará, produzirá e liberará mosquitos Aedes aegypti inoculados com a bactéria Wolbachia, que impede a transmissão dos vírus de dengue, zika, chikungunya e febre amarela.
Com um investimento de R$ 400 mil, a biofábrica é mais uma iniciativa do GDF para reduzir os casos de doenças. “A população do DF será a principal beneficiada. O nosso objetivo é um Distrito Federal livre da dengue”, afirmou a governadora em exercício, Celina Leão.
Como funciona e onde será aplicado
As primeiras liberações dos “mosquitos amigos” já começaram e devem ter um impacto significativo no início do período chuvoso. A bactéria Wolbachia é segura para humanos e outros animais, pois não causa qualquer alteração genética.
O projeto prevê a distribuição dos mosquitos em dez regiões administrativas do DF e em dois municípios goianos no Entorno, que foram historicamente mais afetados pela dengue. As regiões são: Planaltina, Brazlândia, Sobradinho II, São Sebastião, Fercal, Estrutural, Varjão, Arapoanga, Paranoá, Itapoã, Luziânia e Valparaíso.
Tecnologia a favor da saúde pública
O processo na biofábrica é semelhante a uma linha de produção. Ovos de mosquitos com a bactéria chegam de Curitiba e são cultivados em um ambiente controlado até atingirem a fase adulta. Em seguida, são liberados para se reproduzirem com mosquitos selvagens, transmitindo a Wolbachia para as próximas gerações. Isso dificulta a circulação dos vírus entre humanos.
Segundo o secretário de Saúde, Juracy Lacerda, a tecnologia já é usada em outros países e cidades, com estudos que mostram uma redução de até 70% na incidência de dengue. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, destacou que a iniciativa faz parte de uma estratégia nacional e que, além da tecnologia, é crucial que a população continue com os cuidados preventivos em casa.

