O Brasil deu uma resposta firme e eficaz à detecção da gripe aviária em uma granja no Rio Grande do Sul, e poderá ser declarado livre da doença em 14 dias, caso não surjam novos casos. A avaliação é do ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, que celebrou a robustez do sistema sanitário brasileiro.
“Essa crise mostrou ao mundo a força do nosso sistema. O vírus entrou, mas não se espalhou. Isso é prova cabal de eficiência”, afirmou Fávaro nesta quarta-feira (4), durante coletiva de imprensa.
O único caso comercial confirmado ocorreu há duas semanas, em Montenegro (RS). Se nenhuma nova infecção for registrada até o fim do período de 28 dias de “vazio sanitário”, o país poderá declarar erradicada a transmissão, conforme os protocolos internacionais.
Monitoramento contínuo e transparência
Atualmente, oito casos suspeitos estão sob investigação, todos fora de granjas comerciais. O caso mais recente em uma granja, em Antagorda (RS), deu resultado negativo. O ministro destacou a importância da transparência e da vigilância ativa, especialmente para aves silvestres.
“Animais encontrados no zoológico de Brasília, como um pombo e um marreco irerê, foram confirmados com o vírus, mas não representam risco comercial, pois não pertenciam ao plantel do zoo”, explicou Fávaro.
Desde 2023, o Brasil soma 168 casos em aves silvestres, sem impacto direto na produção comercial. Protocolos de biossegurança estão sendo seguidos rigorosamente para proteger tanto os animais quanto trabalhadores e visitantes.
Exportações afetadas, mas reação já começou
A gripe aviária levou à imposição de restrições comerciais por parte de alguns países importadores da carne de frango brasileira. Dos 160 mercados, 21 suspenderam totalmente as compras, enquanto outros restringiram apenas produtos do RS ou de Montenegro. Segundo o ministro, o Brasil já iniciou negociações para reverter essas medidas.
Como consequência, houve uma queda média de 7% no preço do frango no mercado interno, ajudando a conter os preços para o consumidor.
Investimento em prevenção
Para reforçar a estrutura sanitária nacional, o governo deve enviar à Casa Civil uma proposta de Medida Provisória que libera R$ 135 milhões para combater emergências sanitárias, tanto animais quanto vegetais. Hoje, o Brasil lida com quatro emergências ativas — além da gripe aviária, há surtos que afetam produções de cacau, carambola e mandioca.
“Precisamos investir para antecipar os riscos. A resposta rápida é o que mantém a confiança internacional na produção brasileira”, finalizou Fávaro.