O Brasil registrou um índice de 97,3% na reciclagem de latinhas de alumínio em 2024, segundo dados da Recicla Latas. Esse é o 16º ano consecutivo em que o país mantém uma taxa de reaproveitamento acima de 96%, consolidando sua posição como referência global em economia circular. Em 2022, o índice chegou a 100,1%, demonstrando a eficiência da logística reversa.
Um dos fatores para o sucesso é o sistema de logística reversa, previsto em lei, que responsabiliza fabricantes pelo retorno de resíduos. Segundo o secretário-executivo da Recicla Latas, Renato Paquet, a articulação entre os elos da cadeia, que inclui fabricantes, recicladores e, principalmente, os catadores, é a chave para a consistência dos resultados.
O papel dos catadores e a busca por melhorias
A alta taxa de reciclagem no Brasil não seria possível sem o trabalho dos cerca de 800 mil catadores de materiais recicláveis no país. Eles são a base de uma cadeia que gera renda e oportunidades em todas as regiões.
Apesar da importância, o presidente da Associação Nacional dos Catadores (Ancat), Roberto Rocha, reivindica melhores condições para a categoria. Ele defende que os catadores sejam remunerados não apenas pelo material entregue, mas também pelo serviço de coleta em si. A proposta é que as prefeituras, com apoio da iniciativa privada, custeiem a atividade. Rocha também pede que os catadores autônomos, que não são filiados a cooperativas, sejam incluídos nas políticas de logística reversa.
Desde 2020, um termo de compromisso entre a Abralatas, a Abal e o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) visa investir na melhoria da renda e das condições de vida dos catadores.