A camada de ozônio da Terra apresentou sinais de recuperação em 2024, segundo o Boletim de Ozônio da Organização Meteorológica Mundial (OMM), divulgado no Dia Mundial do Ozônio. O documento credita a melhora à ação coordenada da ciência e da comunidade internacional, especialmente por meio da Convenção de Viena e do Protocolo de Montreal.
De acordo com o relatório, o buraco na camada de ozônio sobre a Antártida foi menor do que nos anos anteriores. A OMM projeta que a recuperação total ocorrerá até 2066 na Antártida, até 2045 no Ártico e até 2040 no restante do mundo, caso as políticas atuais sejam mantidas.
Sucesso da diplomacia e ciência
O Protocolo de Montreal, tratado de 1989, foi fundamental para o avanço, levando à eliminação de mais de 99% das substâncias nocivas à camada de ozônio, como as usadas em sistemas de refrigeração. O secretário-geral da ONU, António Guterres, destacou a conquista como um marco do sucesso multilateral.
“Essa conquista nos lembra que, quando as nações acatam os alertas da ciência, o progresso é possível”, afirmou Guterres. A secretária-geral da OMM, Celeste Saulo, reforçou o papel da pesquisa científica e da colaboração internacional no processo.
Detalhes da recuperação e desafios futuros
Em 2024, o buraco na camada de ozônio sobre a Antártida teve um déficit máximo de 46,1 milhões de toneladas, abaixo da média entre 1990 e 2020. A Emenda de Kigali, de 2016, que prevê a redução gradual de gases de efeito estufa, também contribui para o esforço, podendo evitar até 0,5°C de aquecimento global até o fim do século.
Apesar do sucesso, especialistas alertam que o trabalho ainda não está concluído. Matt Tully, da OMM, reforçou a necessidade de continuar monitorando de forma sistemática tanto o ozônio estratosférico quanto as substâncias que o destroem.

