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Saúde

Alerta no DF: Câncer colorretal aumenta em jovens

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Jhonatan Cantarelle/Agência Saúde-DF

A recente morte da cantora Preta Gil trouxe à luz um alerta crucial para a saúde pública: o câncer colorretal. Segundo especialistas da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF), o aumento de diagnósticos da doença em pacientes jovens acende um sinal vermelho para a importância da prevenção e da adoção de hábitos saudáveis. Dados da American Cancer Society revelam que a taxa de incidência entre pessoas de 20 a 39 anos cresceu de 1% a 2% ao ano desde meados da década de 1990.

No Distrito Federal, as estimativas do Instituto Nacional do Câncer (Inca) apontam para 710 novos diagnósticos de câncer colorretal por ano no triênio 2023-2025. Atualmente, esse tipo de tumor é o segundo mais frequente na capital federal, afetando homens e mulheres.

 

GDF acelera tratamento oncológico

O tratamento do câncer colorretal está incluído no programa do Governo do Distrito Federal (GDF) “O câncer não espera. O GDF também não”. A iniciativa abrange forças-tarefas em hospitais públicos, credenciamento da rede complementar e a criação de uma linha de cuidado, que já garantiu mais de 1,3 mil novos tratamentos oncológicos em todo o DF. O objetivo é promover o diagnóstico precoce e agilizar o tratamento, reduzindo filas e otimizando o atendimento aos pacientes.

 

Sinais de alerta e importância do diagnóstico precoce

O câncer colorretal é um tumor maligno que se desenvolve no cólon ou no reto, partes do intestino grosso. Geralmente, ele surge a partir de pólipos intestinais benignos (adenomas) que podem evoluir para carcinomas.

Os principais sinais de alerta incluem:

  • Sangue nas fezes
  • Alteração do hábito intestinal (alternância entre diarreia e prisão de ventre)
  • Dores abdominais persistentes
  • Emagrecimento não intencional
  • Anemia, cansaço ou fraqueza

Embora as chances de cura sejam altas quando a doença é identificada cedo, ela pode ser letal se o diagnóstico for tardio. “Orientamos a realizar exames preventivos a partir dos 50 anos, quando não há histórico familiar. Quando houver, a investigação deve ocorrer dez anos antes da incidência do primeiro caso de câncer de cólon na família”, orienta Gustavo Ribas, chefe da Assessoria de Política de Prevenção e Controle de Câncer (Asscan).

 

Rastreamento e prevenção através de hábitos saudáveis

O caminho para o diagnóstico precoce começa com o exame de sangue oculto nas fezes, disponível em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) do DF. Se o resultado for positivo, o paciente é encaminhado para uma colonoscopia, também oferecida na rede pública. Esse exame não só diagnostica precocemente, mas também permite a remoção de pólipos antes que se tornem malignos.

O oncologista da SES-DF reforça que a prevenção é crucial, especialmente diante do aumento de casos em jovens. “Uma vida saudável com alimentação balanceada, pobre em alimentos ultraprocessados e com o devido controle de peso, é fundamental para reduzir os riscos da doença”, afirma. Ele enfatiza que a letalidade do câncer colorretal está diretamente ligada ao diagnóstico tardio: “Uma vez diagnosticado em fase avançada, o índice de cura cai bastante. Com o diagnóstico precoce, a taxa de cura pode chegar a índices próximos de 85%”.

 

Tratamento especializado na rede pública

Após o diagnóstico, o paciente é encaminhado para uma unidade especializada de tratamento oncológico no DF, onde recebe acompanhamento de uma equipe multidisciplinar. O tratamento pode incluir cirurgia para remoção do tumor ou parte do intestino, seguida de quimioterapia e, se necessário, uma ressecção cirúrgica mais ampla.

Luciana de Jesus Silva, 50 anos, é um exemplo. Após desconfiar de dores intensas e sangue nas fezes, foi diagnosticada com câncer colorretal. Passou por cirurgia no Hospital Regional de Santa Maria (HRSM) e iniciou quimioterapia em julho no Hospital Regional de Taguatinga (HRT). “Sempre fui muito bem atendida em todos os locais que passei. Não tenho nada a reclamar, o atendimento tem sido ótimo”, declarou Luciana.

As Unidades Básicas de Saúde (UBSs) são a porta de entrada para a investigação e o início do cuidado. O DF conta com mais de 170 UBSs, cuja lista completa pode ser conferida no site da SES-DF.

Fonte em Foco. Nosso conteúdo jornalístico é complementado pelos serviços da Agência Brasil, Agência Brasília, Agência Distrital, assessorias de imprensa e colaboradores