As fundações privadas e associações sem fins lucrativos (Fasfil) pagaram salários médios superiores aos das empresas privadas em 2023. Segundo dados do IBGE divulgados nesta quinta-feira (18), os trabalhadores dessas instituições receberam, em média, R$ 3.630,71 (2,8 salários mínimos), enquanto no setor empresarial a média foi de 2,5 mínimos.
O levantamento, baseado no Cadastro Central de Empresas (Cempre), revela que o setor — que engloba entidades religiosas, de saúde e educação — cresceu 4% em um ano, somando 596,3 mil organizações no país.
Saúde é o maior empregador do setor
Embora as entidades religiosas representem um terço (35,3%) do total de instituições, o grande motor do emprego formal nas Fasfil é a saúde. De cada dez trabalhadores do setor, quatro atuam nesta área, totalizando 1,1 milhão de pessoas.
Os hospitais e instituições de ensino superior lideram o ranking de porte, com as maiores médias de funcionários por unidade. Já as organizações religiosas, apesar de numerosas, possuem a menor média de empregados formais (0,6 por entidade).
Presença feminina e desigualdade salarial
O estudo destaca o protagonismo das mulheres no terceiro setor. Elas representam 68,9% do total de assalariados nas Fasfil — um índice muito superior à média nacional de 45,5%. Na educação infantil, a presença feminina é quase absoluta, chegando a 91,7%.
No entanto, a desigualdade de gênero persiste: mesmo em um setor onde são maioria, as mulheres recebem 19% menos que os homens.
Ranking de remuneração (em salários mínimos)
Administração Pública: 4,0 s.m.
Fundações e Associações (Fasfil): 2,8 s.m.
Entidades sem Fins Lucrativos: 2,6 s.m.
Empresas: 2,5 s.m.
De acordo com o coordenador do IBGE, Francisco Marta, o setor é vital por complementar ações do governo em áreas essenciais como meio ambiente e assistência social, contribuindo diretamente para a riqueza e o desenvolvimento social do Brasil.

