O Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF) completa 65 anos em 12 de setembro e reforça o legado de ser muito mais do que referência em alta complexidade. Conhecido como o “Gigante da Alta Complexidade”, o hospital também se destaca pela forma como transforma vidas por meio da humanização do cuidado — desde gestos simples, como levar um bolo de aniversário ao leito, até iniciativas marcantes, como organizar casamentos para pacientes em cuidados paliativos ou promover passeios e atividades culturais.
Humanização como prática diária
De acordo com a gerente do Programa Humanizar do IgesDF, Anucha Soares, a filosofia do hospital vai além da técnica:
“Humanizar é mais do que cuidar, é se conectar. É olhar nos olhos de quem precisa de atenção e reconhecer não apenas a dor, mas também a força. Quando o cuidado é humano, ele transforma a experiência e cura não só o corpo, mas também a alma.”
Ações como acolhimento na chegada, escuta ativa, orientações claras e apoio às famílias estão entre as práticas que marcam a rotina da unidade.
Momentos que ficam para sempre
Entre as histórias vividas no hospital, uma idosa pôde receber a visita do próprio cachorro durante uma internação prolongada. Já uma mãe de gêmeos internados na UTI Pediátrica recebeu doações de leite e fraldas, gesto que lhe devolveu forças e segurança.
Pacientes em cuidados paliativos também tiveram sonhos realizados: alguns casaram no próprio hospital, em cerimônias preparadas por equipes, familiares e voluntários.
Maria Oneide da Silva, presidente da Associação Amigos do Hospital de Base, trabalhou por 40 anos na unidade e hoje atua como voluntária:
“O Base é um lugar de esperança e de cura. Cada colaborador faz parte dessa grande orquestra que toca os corações daqueles que atendemos.”
Música, esporte e esperança
A música tem sido um recurso terapêutico. Uma paciente que sonhava aprender violão recebeu o instrumento após mobilização da equipe. Já aulas de boxe oferecidas a pacientes em tratamento psiquiátrico mostraram que o esporte pode ser um complemento essencial no processo de recuperação.
“O boxe, associado ao tratamento convencional, torna-se essencial para a melhora clínica e emocional”, afirma o psiquiatra Régis Barros.
Histórias de superação
Casos marcantes reforçam a importância do HBDF. Uma mulher baleada pelo chefe sobreviveu graças à agilidade da equipe de trauma. Um homem que perdeu a fala voltou a se comunicar com apoio multiprofissional. Há ainda quem, após vencer o câncer, decidiu trabalhar na própria unidade para retribuir o cuidado recebido.
Para Prys Hellen Dias, chefe de Assistência do hospital, cada história mostra o valor humano da instituição:
“Mesmo dentro do hospital, onde lidamos com dor, medo e superação, é possível criar laços verdadeiros.”
O superintendente Edson Ferreira resume o espírito do hospital:
“Mais do que um hospital, o Base é um lugar de encontros, memórias e renascimentos. Aos 65 anos, a unidade não apenas contabiliza números e procedimentos, mas também celebra cada vida transformada.”

