O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a criticar, nesta sexta-feira (11), a jornada de trabalho de seis dias de serviço com apenas um dia de folga (6×1). Lula defendeu a criação de uma nova jornada de trabalho, “mais flexível”, que permita aos trabalhadores mais tempo para a família e para o lazer.
A declaração foi feita em Linhares (ES), durante o lançamento de um programa de transferência de renda para atingidos pelo rompimento da barragem em Mariana (MG). O presidente argumentou que a sociedade e a juventude já não aceitam mais a rotina de acordar cedo e voltar tarde por seis dias consecutivos.
“A Humanidade não quer mais seis por um. É preciso inventar um jeito de ter uma outra jornada de trabalho, mais flexível, porque as pessoas querem ficar mais em casa. As pessoas querem cuidar mais da família”, disse Lula.
Busca por novas formas de trabalho
Lula destacou a necessidade de pesquisar e propor novas formas de trabalho no país. Ele sugeriu o uso de universidades e da Organização Internacional do Trabalho (OIT) para “apresentar uma nova forma de trabalhar nesse país” e garantir maior mobilidade para as pessoas.
A discussão sobre o fim da jornada 6×1 ganhou força no Brasil no final do ano passado e foi pauta de manifestações recentes. No Congresso Nacional, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que visa acabar com a escala 6×1 ainda não avançou, apesar de lideranças do governo a considerarem “prioridade”.
A medida enfrenta resistência do setor empresarial. Entidades como a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) argumentam que a mudança aumentaria os custos operacionais das empresas.
