O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, manifestou “profunda preocupação” com o elevado número de vítimas da Operação Contenção, deflagrada na terça-feira (28) nas favelas da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro.
Em comunicado oficial divulgado nesta quarta-feira (29), o porta-voz da ONU, Stéphane Dujarric, confirmou o pedido de Guterres por uma investigação imediata e a garantia de que as ações policiais sigam estritamente as normas internacionais de direitos humanos.
“Posso afirmar que o secretário-geral está profundamente preocupado com o grande número de vítimas durante a operação policial realizada ontem nas favelas do Rio de Janeiro”, declarou Dujarric.
O governo do Rio de Janeiro confirmou que 119 pessoas morreram durante a Operação Contenção, que mobilizou forças estaduais e federais.
Organizações da sociedade civil, familiares das vítimas e a Anistia Internacional classificaram o episódio como um massacre e exigiram respostas imediatas do Estado. A Anistia considerou o alto número de mortes “inaceitável” e cobrou uma apuração célere e independente para garantir justiça e reparação.
Entidades locais também denunciaram que moradores ficaram presos em suas residências, sem acesso a serviços essenciais como saúde e transporte, durante a incursão policial.
Especialistas classificaram a ação como uma das mais letais da história recente do Brasil, apontando que o uso massivo da força expõe a continuidade de estratégias que resultam em mortes em larga escala em territórios vulneráveis.
O governo fluminense justificou a operação como uma resposta a ataques de grupos armados, buscando restabelecer a segurança pública, e informou que as forças policiais foram recebidas a tiros nas comunidades. O Ministério Público do Estado (MPRJ) acompanha o caso em cumprimento à decisão do STF que restringe operações em comunidades.

