A frota de transporte público do Distrito Federal ganhou um novo reforço neste sábado (4) com a chegada de 40 ônibus zero quilômetro, todos equipados com tecnologia para reduzir a emissão de poluentes e aumentar o conforto dos passageiros.
Do total, 25 veículos ampliam a frota da empresa Piracicabana e 15 substituem ônibus antigos. Com essa entrega, a companhia chega a 80 novos veículos incorporados apenas em 2025 — parte de um esforço do Governo do Distrito Federal (GDF) para manter a frota com média de idade de 2,8 anos, a mais nova do país.
“Não se trata apenas de trocar ônibus antigos, mas de aumentar a frota em todas as regiões. A população cresce e precisa ser atendida com qualidade”, afirmou o governador Ibaneis Rocha durante o evento.
Mais conforto e menos poluição
Os novos veículos vão circular em Planaltina, Sobradinho e Plano Piloto, atendendo milhares de passageiros diariamente. São 60 ônibus convencionais e 20 micro-ônibus, todos com tecnologia Euro 6, que reduz em até 80% a emissão de poluentes, além de sistemas de segurança como controle de estabilidade e torque inteligente, que evita acelerações bruscas.
Segundo o secretário de Transporte e Mobilidade, Zeno Gonçalves, o investimento vai além da renovação estética.
“São veículos modernos, seguros e climatizados, que oferecem conforto e reduzem o impacto ambiental”, destacou.
Com as novas unidades, a Piracicabana passa a operar 596 ônibus, cobrindo áreas como Arapoanga, Cruzeiro, Fercal, Lago Norte, Planaltina, Sobradinho e Varjão.
Experiência do passageiro
Para quem usa o transporte público todos os dias, a diferença é perceptível.
“No ônibus novo é outra sensação, parece que já está quase chegando. As cadeiras novas fazem toda a diferença”, conta Waldirez Conceição, diarista que viaja do Arapoanga ao Lago Sul diariamente.
O rodoviário Marcos Daniel Vieira também sente o impacto.
“O veículo novo é mais estável, confortável e seguro. A gente percebe a satisfação dos passageiros”, afirma.
Segundo o Instituto MDT, o DF lidera o ranking nacional com a frota mais jovem do Brasil, com média de 2,16 anos — bem à frente de cidades como São Paulo (4,6 a 5,7 anos) e Fortaleza (7,49 anos).
Mais estrutura para o transporte
Desde 2019, o GDF vem ampliando investimentos em mobilidade urbana. O governo reformou ou construiu sete rodoviárias em regiões como Sobradinho, Santa Maria, Sol Nascente/Pôr do Sol, Varjão, Itapoã, Gama e Brazlândia, com R$ 45 milhões em investimentos e impacto direto para 570 mil pessoas.
Além disso, 3 mil novos abrigos de ônibus serão instalados até 2026, com R$ 108 milhões em recursos. Nos últimos seis anos e meio, já foram erguidas 1.676 novas estruturas, entre concreto, metal e vidro.
A rodoviária da Estrutural está em construção, e o edital de ampliação do BRT Sul em Santa Maria já foi lançado.
Acesso e inclusão
Para além da infraestrutura, o governo mantém o preço das passagens congelado desde 2020 e lançou o programa Vai de Graça, que permite o uso gratuito do transporte público aos domingos e feriados.
A manicure Yasmin de Jesus, moradora do PAD-DF, percebe a diferença:
“Agora está muito melhor. Os ônibus vêm com ar-condicionado e cadeiras novas. Antes era muita poeira, agora a viagem é outra”, comemorou.
Um desafio contínuo
Com 2.831 ônibus já substituídos, a meta do governo é chegar a 3 mil veículos novos até o fim de 2025, mantendo o limite de circulação de sete anos por veículo.
“Renovamos contratos e exigimos substituição de frota. Hoje, mais de 90% dos ônibus são novos, com câmeras e telemetria que limitam a velocidade. Isso garante segurança e conforto para todos”, afirmou Ibaneis Rocha.
Para o sistema público de transporte, o desafio agora é manter esse ritmo sem perder o foco principal: qualidade, eficiência e sustentabilidade — um tripé que, quando bem equilibrado, transforma o cotidiano de quem depende do ônibus todos os dias.

