O Centro de Orientação Médico-Psicopedagógica (Compp), órgão da Secretaria de Saúde do DF (SES-DF), celebra nesta quinta-feira (23) 56 anos de história com a marca de cerca de 1,2 mil crianças atendidas por mês. A unidade é um pilar no atendimento ambulatorial a pacientes de até 11 anos em sofrimento psíquico moderado ou com uso eventual de substâncias psicoativas.
O Compp se destaca por ser um espaço de escuta, acolhimento e construção de possibilidades, onde uma equipe multiprofissional atua de forma integrada para um cuidado humanizado e baseado em evidências.
A equipe do Compp é composta por 38 profissionais, incluindo pediatras, neuropediatra, psiquiatras infantis, psicólogos, fonoaudiólogos e terapeutas ocupacionais. Eles oferecem desde atendimentos individuais e grupos terapêuticos até mutirões para elaboração de laudos e exames, atuando como retaguarda essencial à Atenção Primária em Saúde (APS).
Simone Schwartz, gerente do Compp, reforça o diferencial da unidade: “O que sempre nos diferenciou foi a prática interdisciplinar, a escuta cuidadosa e a construção coletiva de soluções para nossas crianças e familiares. O trabalho do Compp é uma prova de que, quando o cuidado é coletivo, a vida pode seguir novos caminhos, com mais afeto, segurança e possibilidades”.
Para muitas famílias do Distrito Federal, o Compp representa um divisor de águas. Suellen Brasil, mãe de Gael, de 5 anos, diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista (TEA), relata a importância do apoio recebido.
“Quando eu recebi o diagnóstico de TEA do Gael, fiquei perdida, me senti desamparada, e considero que as sessões do Compp fizeram toda a diferença. Eu me senti mais segura nas tomadas de decisões”, afirma Suellen, destacando a oportunidade de participar de um grupo de apoio.
O serviço também incorpora Práticas Integrativas em Saúde (PIS), como hatha yoga, tai chi chuan e meditação, refletindo a essência do Compp de olhar a criança em sua totalidade (corpo, mente e contexto social).
Além do atendimento, o Compp é um importante polo de formação e conhecimento, recebendo estudantes e residentes da Escola Superior de Ciências da Saúde do Distrito Federal (Escs). O órgão contribui ainda para a produção de conhecimento em saúde mental infantojuvenil, um campo fundamental para o futuro da sociedade.
O acesso ao serviço é feito por meio de regulação da Atenção Primária, sendo direcionado a usuários que preenchem critérios específicos de sofrimento psíquico. Após a estabilização, os pacientes são contrarreferenciados à APS para a continuidade do acompanhamento, garantindo uma atenção integral e contínua.

