A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito do INSS passou a quinta-feira acelerando o passo. Em uma sessão marcada por acordos improváveis e faíscas políticas aqui e ali, os parlamentares aprovaram 393 requerimentos, incluindo dois pedidos de prisão preventiva — medidas que, segundo integrantes do colegiado, miram peças consideradas-chave no esquema que drenou dinheiro de aposentados e pensionistas.
Prisões solicitadas pela CPMI
Os pedidos de prisão preventiva atingem <Cecília Rodrigues Mota>, presidente da Associação dos Aposentados e Pensionistas do Brasil, que já prestou depoimento ao colegiado, e <João Carlos Camargo Júnior>, o “alfaiate dos famosos”, apontado por investigadores como figura ligada a movimentações financeiras envolvendo nomes sob apuração na CPMI e pela <Polícia Federal>. A justificativa dos parlamentares é garantir que as investigações avancem sem riscos de interferência.
Além das prisões, foram aprovados requerimentos de bloqueio de bens, acareações e pedidos de informações a órgãos públicos e privados.
Consenso parcial e novo round na próxima semana
Nem tudo avançou. A base do governo e a oposição, em um raro alinhamento, decidiram retirar 86 requerimentos que não tinham consenso. Esses serão votados na próxima semana, e de forma nominal — ou seja, cada parlamentar será obrigado a expor seu voto. Entre os itens adiados está o mais polêmico: a análise de uma possível convocação coercitiva de <Jorge Messias>, advogado-geral da União. Messias já foi convidado pela CPMI e não compareceu, o que acirrou o clima entre governistas e oposicionistas.
Depoimento de contador mantém tensão da sessão
Enquanto discutiam os requerimentos, os parlamentares também ouviam Mauro Palombo Concílio, contador de empresas suspeitas de receber recursos milionários oriundos de descontos ilegais em benefícios do <INSS>. A oitiva mira entender como empresas privadas entraram no fluxo de repasses indevidos que atingiram milhões de segurados.
R$ 2,56 bilhões já foram devolvidos aos lesados
Do lado administrativo, o <Ministério da Previdência Social> informou que R$ 2,56 bilhões já foram devolvidos a 3,75 milhões de segurados prejudicados pelos descontos irregulares. O número evidencia a dimensão do rombo e a velocidade da reparação financeira.
A pasta também detalhou que 6,19 milhões de beneficiários contestaram algum desconto, e 97,9% afirmam não reconhecer os valores debitados de suas aposentadorias ou pensões. Desses, 4,84 milhões estão aptos a receber o ressarcimento.
Como pedir ressarcimento
Os pedidos podem ser feitos até 14 de fevereiro de 2026, pelos canais oficiais: Meu INSS, telefone 135 ou em agências dos <Correios>, que prestam apoio gratuito em mais de 5 mil unidades.
A CPMI volta a se reunir na próxima semana, em clima de expectativa. O volume de requerimentos aprovados indica que o colegiado, ao menos no papel, decidiu acelerar. Resta saber se a política — sempre ela — vai deixar.

