Em meio ao anúncio de medidas econômicas por parte do Governo Federal, o mercado financeiro enfrentou instabilidade nesta quinta-feira (22). O dólar comercial encerrou o dia cotado a R$ 5,661, com alta de 0,32%, após oscilar ao longo do pregão. A valorização veio na esteira das mudanças anunciadas na cobrança do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Pela manhã, a moeda norte-americana chegou a cair para R$ 5,59, mas reverteu o movimento a partir das 16h, durante a coletiva dos ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e do Planejamento, Simone Tebet. Na ocasião, o governo confirmou o congelamento de R$ 31,3 bilhões do Orçamento de 2025 como parte do esforço de ajuste fiscal.
Apesar da alta no dia, o dólar ainda acumula queda de 0,28% em maio e de 8,39% no ano, refletindo um cenário de relativa estabilidade externa e maior influência dos fatores domésticos.
A volatilidade também atingiu a Bolsa de Valores. O índice Ibovespa chegou a subir 0,69%, mas inverteu a tendência e fechou em baixa de 0,44%, aos 137.273 pontos. Na semana, o índice acumula recuo de 1,38%, enquanto no mês ainda registra alta de 1,63%.
Inicialmente, o anúncio do congelamento orçamentário foi bem recebido pelo mercado. Contudo, rumores sobre uma possível taxação de remessas ao exterior geraram apreensão entre investidores e levaram à fuga de capital. A especulação foi desmentida ao vivo pelo ministro Fernando Haddad, mas o impacto já havia sido sentido no câmbio.
Somente no fim do dia, o governo detalhou as novas regras do IOF, que incluem padronização de alíquotas e aumento da carga tributária para grandes contribuintes e empresas.
As medidas visam ampliar a arrecadação em meio à busca pelo equilíbrio fiscal, mas geram preocupação entre agentes econômicos sobre o impacto na competitividade e na previsibilidade tributária.
Com informações da Reuters.