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sábado, 6 dezembro 2025, 05:24:24
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Marcha das Mulheres Negras reúne caravanas

Publicado em:

Repórter: Paulo Andrade

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Caravanas de todas as regiões do país ocupam, nesta terça-feira (25), a Esplanada dos Ministérios, em Brasília, para a 2ª Marcha das Mulheres Negras, que traz o tema “Por Reparação e Bem Viver”. A expectativa dos organizadores é reunir 1 milhão de participantes, em um ato que busca visibilidade, políticas públicas e justiça histórica para a maior base populacional feminina do Brasil.

A mobilização é articulada pelo Comitê Nacional da Marcha das Mulheres Negras e integra a Semana por Reparação e Bem-Viver, que ocorre de 20 a 26 de novembro na capital federal, com debates, oficinas e apresentações culturais.

Década após a primeira marcha, foco é reparação

A nova edição ocorre no mês da Consciência Negra, dez anos depois da marcha histórica de 2015, quando mais de 100 mil mulheres negras caminharam por Brasília contra o racismo, a violência e pelo direito ao bem viver — conceito que vai além da sobrevivência e defende dignidade, mobilidade social e acesso a direitos.

Neste ano, a pauta central é a reparação histórica, reconhecendo danos da escravidão que estruturam desigualdades e ainda limitam oportunidades econômicas, políticas e sociais dessa parcela da população.

Programação começa no Museu da República

A programação da marcha tem início às 9h, com concentração no Museu da República, perto da Rodoviária do Plano Piloto. No local, haverá roda de capoeira e cortejo de berimbaus.

Também às 9h, o Congresso Nacional realiza uma sessão solene em homenagem à marcha. A caminhada pela Esplanada está prevista para começar por volta das 11h.

O jingle oficial, já divulgado, reforça o tom da mobilização com o refrão:
“Mete marcha negona rumo ao infinito. Bote a base, solte o grito! Bem-viver é a nossa potência, é a nossa busca, é reparação!”

A partir das 16h, shows com artistas negras dão sequência às atividades: Larissa Luz, Luanna Hansen, Ebony, Prethaís, Célia Sampaio e Núbia.

Articulação internacional e diáspora

A Marcha de 2025 ultrapassa as fronteiras do Brasil. Mulheres negras da diáspora africana e do continente africano participam da mobilização, fortalecendo uma articulação global contra racismo, colonialismo e patriarcado. Lideranças do Equador já estão em Brasília para integrar o ato.

Segundo representantes equatorianas, o objetivo é ampliar a visibilidade das lutas de mulheres afrolatinas, afrocaribenhas e da diáspora, com foco em memória, direitos coletivos, fortalecimento político e proteção dos territórios ancestrais.
A ativista Ines Morales Lastra, de San Lorenzo, explica que a marcha reforça vozes que ecoam desde as avós: “Marcharemos para ecoar a firmeza de nossa voz e nossas demandas”.

Lélia Gonzalez é homenageada pela família

Entre as participantes está Melina de Lima, neta da antropóloga Lélia Gonzalez, referência intelectual nas discussões de raça, gênero e classe.
Lélia, falecida em 1994, foi fundadora do Movimento Negro Unificado e influenciou gerações com conceitos como “amefricanidade” e “pretuguês” — termos que articulam identidade política afro-americana e influência das línguas africanas no português brasileiro.

No último dia 10, Melina recebeu, em nome de Lélia, o título de Doutora Honoris Causa da Universidade de Brasília. Hoje, atua como diretora de educação e cultura no Instituto Memorial Lélia Gonzalez e cofundadora do projeto Lélia Gonzalez Vive.

Mulheres negras são maior grupo feminino do país

De acordo com o Ministério da Igualdade Racial (MIR), o Brasil tem 60,6 milhões de meninas e mulheres negras — 28% da população brasileira. São 11,3 milhões de mulheres pretas e 49,3 milhões de mulheres pardas.

A representatividade numérica reforça a dimensão política da marcha e a urgência de políticas públicas que assegurem moradia digna, emprego, segurança, educação, proteção contra a violência e reparação histórica.

A programação completa da Marcha das Mulheres Negras e da Semana por Reparação e Bem-Viver segue disponível até quarta-feira (26).

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