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Em 2022

Petrobras encontra mais de 30 mil animais mortos ou debilitados em praias

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animais mortos em praias - Petrobras
Foto/Imagem: Tomaz Silva/Agência Brasil
Agência Brasil

Mais de 30 mil animais foram encontrados machucados ou mortos no litoral brasileiro, no ano passado, segundo o Projeto de Monitoramento de Praias (PMP), executado pela Petrobras no âmbito do licenciamento ambiental do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Nos últimos 12 meses, cerca de 98 espécies foram monitoradas pelo projeto.

Os estados com maior incidência de animais mortos ou debilitados encontrados pelo PMP foram Santa Catarina, Paraná, São Paulo e o Rio de Janeiro. Santa Catarina, por exemplo, registrou 10.915 animais nessa situação; em São Paulo, foram 6.282; no Rio de Janeiro, 5.100, enquanto no Paraná foram 3.375. A bióloga Denise Rosário, consultora em biodiversidade da Petrobras, que acompanha o projeto, informou que os animais saudáveis não são contabilizados na pesquisa. Cerca de 88% foram encontrados mortos.

Os animais debilitados são encaminhados para tratamento veterinário em um dos 24 centros de reabilitação ou unidades de estabilização mantidos pelo projeto, visando à reintrodução posterior no seu habitat natural. Cerca de 26% são reabilitados e reintroduzidos na natureza, após tratamento e estabilização do quadro clínico. O sucesso da reabilitação depende, em grande parte, do estado em que o animal é encontrado. Denise destacou que apesar do percentual relativamente baixo, o número de animais reabilitados é expressivo, porque retornam à natureza e contribuem para a manutenção de suas populações originais, inclusive de espécies ameaçadas de extinção.

Parceria

O projeto já reabilitou animais de 14 espécies ameaçadas de extinção. Muitos animais marinhos figuram nessa lista, como as aves pardela-de-trindade (Pterodroma arminjoniana), atobá-de-patas-vermelhas (Sula Sula) e albatroz-de-bico-amarelo-do-atlântico (Thalassarche chlororhynchos), as tartarugas marinhas e mamíferos como o boto-cinza (Sotalia guianensis) e algumas espécies de baleias. Para a atividade de reabilitação, a Petrobras trabalha em parceria com diversas organizações científicas de conservação da fauna marinha e também com as comunidades locais.

“Além do monitoramento regular das praias, feito pelas equipes do projeto, existem telefones para acionamento da comunidade, que são amplamente divulgados. E a colaboração da comunidade é muito importante porque as chances de recuperação aumentam se eles forem levados aos centros de atendimento veterinário logo após serem encontrados”, disse Denise. Nessas bases existem equipes multidisciplinares que se dedicam aos cuidados com os animais. Ela explicou que, muitas vezes, um animal é resgatado em uma região e transferido para soltura e tratamento em outra área ou até mesmo em outro estado, levando em conta as características ideais para soltura, de acordo com cada espécie.

Em alguns casos, o tratamento demora meses, porque os animais precisam reaprender a se alimentar, a se locomover ou aguardar um período do ano adequado para a soltura. Dependendo da espécie, como é o caso dos pinguins de Magalhães, eles precisam formar um grupo para irem juntos para o mar. Atualmente, o PMP se divide em quatro projetos que constituem o maior programa de monitoramento de praias do mundo. Eles incluem dez estados litorâneos, com mais 3 mil quilômetros de praias em regiões onde a Petrobras atua.

O projeto é aprimorado continuamente. Segundo informou Denise Rosário, este ano será implementado novo ciclo de execução dos projetos para inclusão das melhores práticas.

Conscientização

Os trabalhos abrangem também a conscientização da população local, com campanhas educativas para explicar que o número de óbitos é causado pelo lixo no mar e pela interação com a pesca e o que pode ser feito para reduzir esse impacto. Nos casos do Rio Grande do Norte e do Ceará, os peixes-bois que retornam à natureza recebem um número de identificação e um equipamento que permite localizá-los para acompanhamento de sua adaptação. Muitas vezes, porém, esse equipamento chama a atenção de pescadores que tentam retirá-lo, pensando que é nocivo para o animal. “Por isso, estamos realizando também um trabalho educativo com as comunidades da região, para explicar a funcionalidade e a importância desse rastreador, a fim de acompanhar a adaptação, saúde e o desenvolvimento do animal”,

Denise confirmou que, de acordo com os resultados do projeto, a pesca é um dos principais fatores de dano aos animais marinhos. “Mas não é o único. São muitos os casos de animais machucados com apetrechos de pesca, mas também por ingestão de lixo, como é o caso do Rio de Janeiro, e também por lesões sérias causadas por linhas de pipa”. No caso de encalhe de cetáceos, que são as baleias, golfinhos e botos, ela explicou que as necropsias dos animais mortos indicam interação humana, sendo a pesca o principal motivo de óbito, seguido por agressão, interação com resíduos sólidos e colisão com embarcações.

Os pesquisadores observam que, devido ao tamanho, os animais, muitas vezes, não conseguem se desvencilhar das redes que ficam presas, dificultando a locomoção e podendo levar ao afogamento e a outras lesões. De acordo com os dados, ocorreram 1.224 registros de mortes de cetáceos. Só em São Paulo 506 animais foram encontrados e em Santa Catarina, 281. Em relação à Toninha, cetáceo mais ameaçado no Brasil, foram 613 no último ano.

Mais afetados

As aves marinhas são as mais atingidas, representando 55,7% dos animais acompanhados pelo monitoramento. Os pinguins-de-magalhães (Spheniscus magellanicus) formam a maioria. Foram 11.582 encontrados debilitados ou mortos, um número 70% maior em comparação aos anos anteriores: em 2021 foram registrados 6.758 pinguins e, em 2020, 5.609 animais. Não há uma explicação definitiva para o aumento.

Os pesquisadores acompanham os dados para entender a migração da espécie e as causas do alto número de indivíduos que chegam debilitados ao litoral brasileiro. Entre outras espécies de aves encontradas pelo levantamento, estão o bobo-pequeno (Puffinus puffinus), com 971 indivíduos; atobá-pardo (Sula leucogaster), 949 animais; e o gaivotão (Larus dominicanus), com 941.

As tartarugas marinhas também são recorrentes no estudo, muitas vezes encontradas machucadas por algum apetrecho de pesca ou debilitadas por ingestão de lixo. De acordo com os dados, em 2022, foram 12 mil animais, sendo 79% da espécie tartaruga-verde (Chelonia mydas), somando 9.568 indivíduos. O litoral sudeste é o local com maior incidência: Rio de Janeiro, São Paulo e Espírito Santo, com 3.074, 1.590 e 1.647 indivíduos, respectivamente. O Rio de Janeiro e o Espírito Santo são áreas prioritárias para a reprodução de algumas espécies. No Brasil, há cinco espécies de tartarugas, quatro delas ameaçadas de extinção: tartaruga-cabeçuda, tartaruga-de-pente, tartaruga-oliva e tartaruga-de-couro.

A população pode acionar as equipes de monitoramento ao avistar um animal marinho vivo ou morto, pelos telefones:

  • PMP-BS Área SC/PR e Área SP – 0800 6423341
  • PMP-BS Área RJ (Paraty a Saquarema) – 0800 9995151
  • PMP-BC/ES (RJ) -0800 0262828
  • PMP-BC/ES (ES) – 0800 0395005
  • PMP-SEAL (Piaçabuçu/AL até Conde/BA) – 08000-793434 ou (79) 9 9683-1971
  • PMP-RNCE (RN) – (84) 98843 4621 e 99943 0058
  • PMP-RNCE (CE) – (85) 99800 0109 e 99188 2137 

economia

Pix Automático entra em vigor prometendo substituir boletos e débito em conta

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Foto/Imagem: © Bruno Peres/Agência Brasil

Uma nova fase nos pagamentos digitais brasileiros começa a partir desta segunda-feira (16)! O Pix Automático, uma aguardada extensão do sistema Pix, entra em vigor com a promessa de substituir o débito automático e os boletos, facilitando a vida de milhões de consumidores e empresas. A ferramenta permite que o usuário autorize pagamentos periódicos a empresas e prestadores de serviços, incluindo microempreendedores individuais (MEI), com a conveniência de uma única autorização para débitos automáticos.

Desde o final de maio, o Pix Automático já estava disponível para clientes do Banco do Brasil, mas a maioria das instituições financeiras começa a oferecer o serviço a partir de hoje.

A nova modalidade promete beneficiar tanto companhias quanto consumidores. Segundo o Banco Central (BC), o Pix Automático será um avanço significativo para até 60 milhões de brasileiros sem cartão de crédito, democratizando o acesso a pagamentos recorrentes. Para as empresas, a tecnologia simplifica drasticamente o processo de cobrança, uma vez que o débito automático tradicional exigia convênios específicos com cada banco, o que na prática era acessível apenas a grandes corporações. Agora, com o Pix Automático, bastará à empresa ou ao MEI solicitar a adesão ao seu banco.

Como Funciona a Nova Ferramenta:

O processo para utilizar o Pix Automático é simples e intuitivo:

  • A empresa envia o pedido de autorização de Pix Automático ao cliente.
  • No aplicativo do banco ou instituição financeira, o cliente acessa a opção “Pix automático”.
  • Lê e aceita os termos da operação.
  • Define a periodicidade da cobrança (mensal, trimestral, etc.), o valor (fixo ou variável) e o limite máximo por transação.
  • A partir da data acordada, o sistema realiza os débitos automaticamente.
  • A cobrança pode ser feita 24 horas por dia, sete dias por semana, inclusive em feriados, garantindo flexibilidade.
  • O usuário mantém o controle total, podendo cancelar a autorização e ajustar valores e periodicidade a qualquer momento.

Tipos de Contas e Aplicações

É importante ressaltar que o Pix Automático é válido para pessoas físicas como pagadoras e empresas ou prestadores de serviços como cobradores. Pagamentos periódicos entre pessoas físicas, como mesadas ou salários de trabalhadores domésticos, continuam sendo feitos por outra modalidade: o Pix agendado recorrente, que se tornou obrigatório desde outubro de 2024.

O Pix Automático será ideal para o pagamento de diversas contas e serviços, tais como:

  • Contas de consumo (luz, água, telefone)
  • Mensalidades escolares e de academias
  • Assinaturas digitais (streaming, música, jornais)
  • Clubes de assinatura e serviços recorrentes
  • Outros serviços com cobrança periódica

Enquanto muitas micro e pequenas empresas utilizavam o Pix agendado recorrente para cobranças periódicas, o Pix Automático promete simplificar ainda mais essas operações. No Pix agendado recorrente, o pagador precisava digitar a chave da empresa, o valor e a periodicidade, o que poderia levar a erros. No Pix Automático, o usuário receberá uma proposta de adesão, bastando confirmar a cobrança e, se desejar, ajustar valores e a frequência dos pagamentos, tornando o processo mais seguro e eficiente.

Segurança em Foco

Apesar de todos os benefícios, o Banco Central também se preocupou com a segurança. O principal risco são falsas empresas que enviam propostas de cobrança que redirecionam o dinheiro para contas de terceiros em golpes. Para minimizar essa ameaça, o BC editou uma série de normas rigorosas para as empresas que aderirem ao Pix Automático.

Bancos e instituições de pagamentos deverão realizar uma checagem rigorosa de informações das empresas, divididas em três eixos:

  1. Dados cadastrais: Verificação da data de inscrição no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ), situação cadastral dos sócios e administradores no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF), entre outras informações.
  2. Compatibilidade da atividade: Checagem da compatibilidade entre a atividade econômica da empresa e o serviço oferecido no Pix Automático.
  3. Histórico de relacionamento: Análise da quantidade de funcionários, valor do capital social e faturamento; tempo de abertura da conta e uso de outros meios de cobrança; e frequência das transações com o participante.

Para impedir fraudes por empresas recém-criadas, somente companhias em atividade há mais de seis meses poderão oferecer a nova modalidade do Pix. Essas medidas de segurança reforçam o compromisso do Banco Central em garantir a confiança e a proteção dos usuários no ambiente do Pix Automático.

Com essa inovação, o Brasil reafirma sua posição de vanguarda no setor de pagamentos digitais, oferecendo uma ferramenta que promete mais praticidade, eficiência e segurança para o dia a dia financeiro de milhões.

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economia

Trabalhadores nascidos em julho e agosto já podem sacar R$ 4,5 bilhões

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Caixa
Foto/Imagem: © José Cruz/Agência Brasil/Arquivo

2025-06-16 07:32:00

Uma ótima notícia para milhões de trabalhadores brasileiros! A Caixa Econômica Federal iniciou, a partir desta segunda-feira (16), o pagamento do abono salarial do Programa de Integração Social (PIS) e do Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep) de 2025 (ano-base 2023). Cerca de 3,8 milhões de trabalhadores com carteira assinada, nascidos em julho e agosto e que ganham até dois salários mínimos, já podem sacar o benefício. A quantia está convenientemente disponível para consulta no Portal Gov.br.

Neste mês, a Caixa liberará um montante expressivo de pouco mais de R$ 4,5 bilhões. O calendário de pagamentos, aprovado no fim do ano passado, segue o mês de nascimento do trabalhador. As liberações tiveram início em 17 de fevereiro e se estenderão até 15 de agosto. Para verificar a situação do benefício de forma prática, o trabalhador pode usar o aplicativo Carteira de Trabalho Digital.

O valor total a ser sacado neste ano de 2025 é de impressionantes R$ 30,7 bilhões. Segundo o Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat), o abono salarial beneficiará 25,8 milhões de trabalhadores em todo o país. Desse total, aproximadamente 22 milhões são da iniciativa privada (PIS) e 3,8 milhões são servidores públicos, empregados de estatais e militares (Pasep).

O pagamento do PIS é realizado pela Caixa Econômica Federal, enquanto o Pasep é efetuado pelo Banco do Brasil. Tradicionalmente, os pagamentos são divididos em seis lotes, conforme o mês de nascimento. O saque pode ser realizado a partir das datas de liberação dos lotes, com prazo final em 29 de dezembro de 2025. Após essa data, será necessário aguardar uma convocação especial do Ministério do Trabalho.

Quem Tem Direito ao Benefício?

Para ter direito ao abono salarial, o trabalhador precisa cumprir alguns requisitos essenciais:

  • Estar inscrito no PIS/Pasep há, pelo menos, cinco anos.
  • Ter trabalhado formalmente por, no mínimo, 30 dias no ano-base de 2023, com remuneração mensal média de até dois salários mínimos.
  • Ter seus dados informados corretamente pelo empregador na Relação Anual de Informações Sociais (Rais).
Arte abono salarial PIS/Pasep

Arte abono salarial PIS/Pasep – Arte/Agência Brasil

O valor do abono é calculado de forma proporcional ao período em que o empregado trabalhou com carteira assinada em 2023. Cada mês trabalhado equivale a um benefício de R$ 126,50, sendo que períodos iguais ou superiores a 15 dias são contados como mês cheio. Assim, quem trabalhou os 12 meses completos com carteira assinada receberá o salário mínimo cheio, de R$ 1.518.

É crucial não confundir o abono salarial com as cotas do antigo Fundo PIS/Pasep. O antigo fundo abriga cotas de cerca de 10,5 milhões de trabalhadores formais anteriores à Constituição de 1988, e seus saques são feitos por meio de outra plataforma, lançada em março deste ano. O abono salarial beneficia os trabalhadores com carteira assinada após a Constituição de 1988, com recursos provenientes do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).

Como Receber o Pagamento

Para trabalhadores da iniciativa privada (PIS):

  • Quem possui conta corrente ou poupança na Caixa receberá o crédito automaticamente no banco, seguindo o mês de nascimento.
  • Os demais beneficiários receberão os valores por meio da poupança social digital, que pode ser movimentada pelo aplicativo Caixa Tem.
  • Caso não seja possível a abertura da conta digital, o saque pode ser feito com o Cartão do Cidadão e senha nos terminais de autoatendimento, unidades lotéricas, Caixa Aqui ou agências, sempre de acordo com o calendário.

Para servidores públicos, empregados de estatais e militares (Pasep):

  • O pagamento ocorre via crédito em conta para quem é correntista ou tem poupança no Banco do Brasil.
  • Quem não é correntista do BB pode efetuar a transferência via TED para conta de sua titularidade por meio de terminais de autoatendimento, portal ou no guichê de caixa das agências, mediante apresentação de documento oficial de identidade.

Adicionalmente, quem não é correntista da Caixa ou do Banco do Brasil e tem direito ao benefício pode sacar o valor por meio do Portal Gov.br, no serviço “Receber o abono salarial”, mas é necessário ter conta prata ou ouro.

É importante lembrar que, até 2020, o abono salarial do ano anterior era pago de julho do ano corrente a junho do ano seguinte. No início de 2021, o Codefat atendeu a recomendação da Controladoria-Geral da União (CGU) e passou a depositar o dinheiro somente dois anos após o trabalho com carteira assinada.

Essa liberação do abono salarial representa um importante impulso na economia e um alívio financeiro para milhões de famílias, reforçando o poder de compra e o bem-estar dos trabalhadores brasileiros.

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