Com menos espera e mais esperança, programa do GDF acelera tratamento contra o câncer
Quando Nilzete Ferreira Lima, de 54 anos, moradora de Ceilândia, recebeu o diagnóstico de câncer de mama, o impacto foi avassalador. “Foi muito triste, algo inesperado, uma coisa que me deixou muito abatida”, lembra. Mas logo surgiu uma nova perspectiva: ela foi atendida pela força-tarefa de triagem do programa “O câncer não espera. O GDF também não”, promovido pelo Governo do Distrito Federal (GDF) em parceria com a Secretaria de Saúde (SES-DF) e o Hospital de Base (HB).
A iniciativa tem como objetivo acelerar o acesso a tratamentos oncológicos por meio de triagens rápidas, priorizando pacientes em estágio mais crítico — como os classificados em “vermelho”. Nilzete, por exemplo, foi encaminhada diretamente para quimioterapia. “Deu uma esperança de vida”, conta. “O atendimento foi ótimo. Eu orei muito por isso, achava que demoraria muito mais.”
Menos tempo de espera, mais pacientes atendidos
Até julho, mais de 180 pacientes participaram das triagens realizadas no HB. Segundo a SES-DF, as medidas já apresentam resultados expressivos:
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A fila total para tratamento oncológico, que somava 1.519 pacientes em março, caiu para 1.084 em julho.
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A fila da oncologia caiu 25%, passando de 889 para 669 pacientes.
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A fila da radioterapia teve redução de 34%, saindo de 630 para 415 pessoas.
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O tempo médio de espera para início do tratamento oncológico caiu de 74 para 51 dias (queda de 31%).
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Na radioterapia, o tempo caiu de 54 para 30 dias (queda de 44%).
Linha de cuidado e novos tratamentos
Com mais de 1,3 mil novos tratamentos iniciados, o programa estabelece uma linha de cuidado com foco na agilidade e continuidade. Os encaminhamentos incluem não apenas consultas, mas também programação de exames de estadiamento (que avaliam a extensão da doença), exames laboratoriais pré-quimioterapia e agendamento dos tratamentos.
“O câncer é uma doença que não espera, e quanto antes iniciarmos o tratamento, maior a chance de cura”, destaca Victor Oliveira, chefe da Oncologia do Hospital de Base. “Temos uma grande demanda de pacientes que precisam ser direcionados com alguma agilidade.”
O compromisso com o direito ao tratamento
De acordo com Gustavo Ribas, chefe da Assessoria de Política de Prevenção e Controle do Câncer (Asccan/SES-DF), a proposta é garantir que todos os pacientes tenham acesso ao tratamento dentro do prazo legal de 60 dias.
“É o início de uma jornada de cuidado. Estamos priorizando quem já aguardava há mais tempo e queremos garantir que todos recebam o atendimento necessário com dignidade e no tempo certo”, afirmou o gestor.