A saúde pública do Distrito Federal foi o centro das discussões na sessão plenária da Câmara Legislativa nesta terça-feira (10). Dayse Amarilio (PSB), presidente da Comissão de Saúde do DF, questionou o anúncio do GDF sobre a construção de seis novas Unidades de Pronto Atendimento (UPA), defendendo uma mudança na estratégia de investimento.
Enfermeira e professora, a deputada explicou que UPAs deveriam funcionar como retaguarda, com permanência máxima de 24 horas para pacientes, apoiando a atenção primária e os hospitais. No entanto, ela apontou uma inversão no raciocínio orçamentário: “Quando a gente pega a questão orçamentária, vê que o raciocínio está invertido. A Unidade Básica de Saúde e a atenção primária deveriam ser, de fato, o eixo da saúde, inclusive no orçamento.“
Dayse Amarilio criticou o orçamento “tímido” para a atenção primária e sua baixa execução, em torno de 67%. Como consequência, ela destacou que “os hospitais estão lotados, sucateados e não conseguem gerar leitos porque o sistema não se comunica e falta exame. Acaba que a UPA vira um depósito de doentes e cenário de quebra quebra”.
A deputada Paula Belmonte (Cidadania) também expressou preocupação com a disparidade entre a alta arrecadação do governo distrital e a qualidade dos serviços de saúde. “As pessoas estão começando a ficar com medo de ir para os hospitais. Sabendo que temos uma arrecadação de impostos altíssima, é o mínimo que o governo do DF poderia dar para as pessoas“, cobrou, enfatizando a frustração da população.
Com vasta experiência na área da saúde, o deputado Jorge Vianna (PSD) reforçou a crítica à sobrecarga das unidades de saúde. “As UPAs de Brasília, criadas para atender 4 mil pessoas por mês, estão atendendo mais de 25 mil pessoas mensalmente. Então, é óbvio que está tendo um super congestionamento e quem está absorvendo tudo isso é o profissional de saúde”, apontou. Ele aproveitou para enaltecer o trabalho do Sindicato dos Técnicos de Enfermagem do DF, que conquistou um reajuste para profissionais do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde (Iges).