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Coleta em domicílio

Doar leite em época de pandemia é seguro e pode salvar vidas

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bancos de leite humano
Foto/Imagem: Breno Esaki/Secretaria de Saúde
Gizella Rodrigues

Doar leite materno, mesmo em época de pandemia de coronavírus, é seguro. Para garantir a segurança das mães e dos próprios militares, o Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) adotou novos procedimentos na hora de recolher os potes de vidro em domicílio. Além dos cuidados redobrados com a higiene, eles usam máscaras e evitam entrar nas residências e ter contato físico com as doadoras.

No começo das confirmações dos casos de Covid-19, a coleta domiciliar de leite materno sofreu uma queda de 35%. As mães tinham medo e não queriam profissionais de saúde, nem militares em suas casas. “Já começamos o ano com déficit, porque as doações caíram em 2019 em relação a 2018. Tivemos o pior janeiro dos últimos quatro anos”, conta a coordenadora dos Bancos de Leite Humano do DF, Miriam Santos.

Em janeiro, apenas 1,1 mil litros de leite foram coletados. O deficit de 30% nos estoques se manteve em fevereiro e subiu ainda mais em março. A Secretaria de Saúde (SES), então, elaborou uma grande campanha, esclarecendo que a coleta é feita com todo o rigor e de acordo tanto com as recomendações do Banco de Leite Humano quanto das medidas de prevenção ao novo coronavírus estabelecidas pelo GDF.

Coleta em domicílio

As doadoras não precisam sair de casa para entregar o leite: o material é levado para os hospitais pelos bombeiros. Os dias de coleta foram reduzidos e o horário também sofreu alterações. Agora, os militares passam na casa das mães duas vezes na semana, entre segunda e quinta-feira, das 7h às 13h.

Eles recolhem os vidros na porta da casa. Quando precisam entrar, evitam tocar nas doadoras e passam as orientações a distância. “São 11 duplas que fazem esse trabalho”, explica a chefe da Assessoria de Programas Sociais do CBMDF, tenente-coronel Raquel Gomes. “Elas são formadas pelo motorista, normalmente homem, e uma militar. O motorista nem desce do carro; quem vai até a doadora é a militar. Eles fazem de tudo para o contato ser o mais rápido possível”.

Para as mães, o recomendado também é tomar cuidados com a higiene durante a coleta, usar máscaras e lavar muito bem as mãos. Orientações e esclarecimentos sobre a amamentação e doação de leite materno estão sendo oferecidos por telefone, por mensagem de WhatsApp, e-mail e até mesmo por videochamada.

Bancos de leite

A médica Paula Garcia de Araújo, 41 anos, começou a doar leite no meio da pandemia quando a filha caçula Isabela, de 4 meses, saiu do hospital. A bebê nasceu prematura, com 33 semanas, e ficou três dias sendo alimentada por fórmulas infantis que têm a intenção de copiar funcionalmente o leite materno, porque o leite da mãe demorou a fluir. “Ela foi para a UTI [Unidade de Terapia Intensiva] e só no terceiro dia consegui tirar uma quantidade de leite suficiente”, conta Paula.

O hospital era particular e não tinha banco de leite. Paula já sabia da importância do leite materno, mas depois da experiência, virou doadora dos Bancos de Leite Humano (BLHs) do Distrito Federal. “Também amamento meu filho mais velho, que tem dois anos e ainda mama”, conta. “Enquanto tiver leite, vou doar. Não tenho muito tempo de colher o leite, mas tento encher pelo menos um vidro por semana”.

Assim como Paula, outras 178 mães lactantes foram capacitadas, em maio, para participar do programa do BLH. Além de ganhar novas doadoras, a rede da SES conseguiu captar 1,7 mil litros de leite para alimentar bebês internados na neonatologia das maternidades do DF – o suficiente para alimentar mais 120 recém-nascidos em relação a abril, mês em que os bancos de leite do DF atenderam 1.008 bebês. Em maio, esse número subiu para 1.128. De janeiro a maio, 6,8 mil litros de leite foram captados pelo BLH.

Saúde

Jovens de 15 a 19 anos receberão vacina da HPV até dezembro

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Foto/Imagem: Arquivo/Agência Saúde-DF

Uma importante medida de saúde pública foi anunciada para o Distrito Federal: a Secretaria de Saúde (SES-DF), seguindo as orientações do Ministério da Saúde, prorrogou até o final de dezembro a campanha de vacinação contra o papilomavírus humano (HPV) para a faixa etária de 15 a 19 anos. Essa é uma excelente oportunidade para quem perdeu o prazo e busca proteção contra o vírus.

Para se vacinar, basta apresentar um documento de identificação e o cartão de vacina em um dos mais de 180 pontos de vacinação disponíveis no Distrito Federal.

Baixa adesão preocupa autoridades

A ampliação do público-alvo da vacina HPV começou em março, com o objetivo de aumentar a cobertura vacinal entre os jovens que não se imunizaram na idade preconizada, que é de 9 a 14 anos. No entanto, os números atuais acendem um alerta: até o último sábado (14), apenas 2,3 mil indivíduos entre 15 e 19 anos haviam sido vacinados, um número muito abaixo da meta de 49 mil jovens estimados para essa faixa etária.

O secretário de Saúde, Juracy Lacerda, reforça a importância da vacinação. “Estamos comprometidos em aumentar a cobertura vacinal e garantir que todos tenham acesso às doses. É essencial que essa faixa etária aproveite a chance para se proteger contra infecções que podem levar a doenças graves, como o câncer”, alertou Lacerda.

A importância da vacina HPV na prevenção do câncer

O HPV é uma infecção sexualmente transmissível (IST) que pode causar verrugas genitais e diversos tipos de câncer, incluindo os de pênis, útero e laringe. No Brasil, dados do Ministério da Saúde revelam que o câncer de colo de útero mata cerca de 7 mil mulheres por ano, um cenário que sublinha a urgência e a relevância da vacinação como ferramenta de prevenção. A prorrogação da campanha no Distrito Federal é, portanto, uma chance valiosa para a população de Brasília e arredores se proteger e contribuir para a saúde coletiva.

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Saúde

Saúde do DF em Debate: Iges-DF Presta Contas e UPAs Viram Centro de Discussão na CLDF

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Foto/Imagem: Ângelo Pignaton/Agência CLDF

A saúde pública do Distrito Federal foi o centro de um acalorado debate na Câmara Legislativa (CLDF) nesta segunda-feira (16). Em audiência pública, o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF) apresentou sua prestação de contas dos últimos quatro meses de 2024 à Comissão de Saúde (CSA), evidenciando desafios e planos para o setor. Representantes do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) e movimentos de usuários da saúde também acompanharam a sessão.

O presidente do Iges-DF, Cleber Monteiro Fernandes, destacou o aprimoramento da gestão, com a criação de uma superintendência de contratos e a futura implementação de um cartão corporativo para agilizar a aquisição de insumos nas unidades. “Precisamos auditar nossos contratos de ponta a ponta. Por isso, estamos criando processos de auditoria permanente”, afirmou Monteiro.

Novas UPAs e a Crise da Atenção Primária

O anúncio do Governo do Distrito Federal (GDF) de construir sete novas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) em regiões como Sol Nascente/Pôr do Sol, Taguatinga Sul e Estrutural, com investimento de R$ 117 milhões, gerou discussões entre os parlamentares.

A presidente da CSA, deputada Dayse Amarilio (PSB), embora veja com bons olhos os investimentos, defendeu a necessidade de repensar o planejamento da saúde no DF, priorizando o fortalecimento da atenção primária. Para a deputada, que classificou a situação como um “cenário de guerra”, a porta de entrada do Sistema Único de Saúde (SUS) – as Unidades Básicas de Saúde (UBS) – é crucial para a promoção da saúde e prevenção de doenças.

Amarilio denunciou falhas graves nas UPAs geridas pelo Iges-DF, como a demora no atendimento, a falta de leitos e a escassez de ambulâncias para transporte de pacientes. “Não é verdade que a UPA é melhor que a atenção primária. O que falta é compromisso de gestão, para que as pessoas possam entregar o que é melhor, para que as pessoas possam trabalhar sem a sensação de que seus pacientes vão morrer”, desabafou a parlamentar, que relatou ter presenciado a UPA de Vicente Pires completamente lotada, sem acolhimento adequado.

O deputado Pastor Daniel de Castro (PP) corroborou a sobrecarga das UPAs, que, segundo ele, muitas vezes são procuradas por pacientes que buscam um serviço de melhor qualidade do que o oferecido pela Secretaria de Saúde. Ele criticou a existência de dois modelos de atendimento (Iges-DF e SES/DF), que podem complicar o processo e gerar retrabalho. “Quando a gente refaz o atendimento, a gente gasta em dobro”, pontuou.

A promotora de Justiça do MPDFT, Hiza Carpina, alertou para “sérios problemas” nas unidades do Iges-DF, incluindo a lotação superior a 200% em prontos-socorros, déficit de profissionais e altas taxas de absenteísmo. “É possível enxergar o colapso. Precisamos de um projeto de saúde para o DF”, ponderou Carpina.

Transparência Financeira e Contratual do Iges-DF

No período de setembro a dezembro de 2024, o Iges-DF recebeu um total de R$ 564 milhões, com a maior parte (R$ 558 milhões) proveniente do Contrato de Gestão e aditivos. As despesas totalizaram R$ 547 milhões, com gastos significativos em pessoal (R$ 297 milhões) e serviços de terceiros (R$ 142 milhões).

A área de contratos do Instituto formalizou 465 instrumentos contratuais, totalizando mais de R$ 448 milhões, destacando-se serviços de vigilância patrimonial, lavanderia hospitalar e fornecimento de alimentação. Cerca de 16% dos contratos foram classificados como emergenciais. O Iges-DF também reforçou sua atuação na análise de falhas contratuais e aplicação de sanções, visando garantir a responsabilização de fornecedores e a integridade das contratações públicas.

Os dados completos da prestação de contas do Iges-DF para o 3º quadrimestre de 2024 podem ser acessados na íntegra na página oficial do instituto. A audiência pública também contou com a participação dos deputados Jorge Vianna (PSD) e Pepa (PP) e a íntegra da reunião pode ser assistida no canal do YouTube da CLDF.

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