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Batendo no ritmo certo

Especialistas do ICTCor explicam os mitos e verdades sobre marcapasso

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Foto/Imagem: Freepik
Ana Lúcia Ferreira

Coloquei marcapasso e agora? Essa é uma dúvida bastante comum entre pacientes que precisam adotar o dispositivo eletrônico implantável para o coração bater no ritmo certo. As perguntas envolvem os mais diferentes assuntos quanto à rotina do paciente após o implante como, por exemplo, o uso aparelhos eletrônicos, viagens de avião, atividade física, entre outros.

Mas, de acordo com o cirurgião cardiovascular do Instituto do Coração de Taguatinga (ICTCor), Candido Gomes, muitas das dúvidas e questionamentos que a população apresenta são mitos criados por ausência de informação. Para facilitar o acesso ao conteúdo e esclarecer todas as questões que envolvem o uso do dispositivo, o Instituto elaborou uma cartilha online, disponível gratuitamente no site da Instituição durante durante todo o ano, em comemoração ao Dia do Portador de Marcapasso.

O marcapasso simples é recomendado para quem tem uma frequência cardíaca muito baixa. O dispositivo promove estímulos substituindo o marcapasso natural que falha em liberar os batimentos cardíacos. É um aparelho instalado embaixo da pele (subcutâneo), na região torácica, e tem como uma de suas funções controlar a frequência dos batimentos cardíacos do coração, ou seja, “o marcapasso substitui a função elétrica do coração que estava com problema”, pontua o especialista Candido Gomes. Ele possui um gerador, uma bateria interna e cabos eletrodos. Estes cabos são conectados ao coração e ligados ao gerador do marcapasso, depois que o médico se certifica que estão posicionados corretamente.

“O aparelho é implantado em uma espécie de “bolsa” sob a pele durante uma cirurgia considerada simples, que é feita normalmente com sedativo e anestesia local. É um procedimento tranquilo, que dura de uma a duas horas. Geralmente, o paciente pode ir para casa no dia seguinte e retomar as atividades habituais após 30 dias”, afirma o cirurgião.

Após o implante de marcapasso os cuidados pós-operatórios variam dependendo do caso de cada paciente, mas existem recomendações que devem ser seguidas, como o acompanhamento cardiológico rotineiro com a frequência indicada pelo profissional. Para o cardiologista, o marcapasso é uma ferramenta importante para o restabelecimento da saúde.

“Com os cuidados tomados e as recomendações seguidas, o marcapasso costuma não dar problemas. O portador fica liberado para viajar, namorar, dirigir, ou seja, levar uma vida normal e uma hora ou outra até se esquece dele”, diz o médico.

Pode ou não pode?

Conviver com o dispositivo implantado pode ser mais tranquilo do que se imagina, é o que explica Ricardo Carranza, que também é cirurgião cardiovascular do corpo clínico ICTCor. O profissional destaca que o marcapasso em si não exige a tomada de medicações e que essas são necessárias para o controle de problemas associados como hipertensão, coração fraco (insuficiência cardíaca), arritmias, trombose, etc. Por este motivo, é essencial que as consultas periódicas de avaliação do marcapasso sejam realizadas conforme a recomendação médica. Esses encontros têm por objetivo o ajuste do dispositivo às necessidades do paciente, além de evitar o desgaste rápido da bateria e diagnosticar possíveis alterações presentes que muitas vezes são assintomáticas.

Segundo o especialista, o paciente com o dispositivo não precisa ter receio de ligar aparelhos na tomada ou acionar interruptores, tomar banho em chuveiro elétrico, entre outras atividades que são consideradas rotineiras. Apenas deve ter atenção com cuidados simples que mantêm o dispositivo livre de interferências, como evitar detectores de metais, dispositivos antifurto de lojas, travesseiros e colchões magnéticos.

“É essencial ler com atenção o manual do marcapasso, pois nele há todas as informações referentes à maioria das dúvidas que costumam afligir os pacientes. Fora isso, procurar sempre um contato profissional e não acreditar no que dizem por aí sobre o assunto”, ressalta Ricardo Carranza.

Dicas profissionais

1. Telefones celulares podem ser usados, mas têm que ser mantidos a pelo menos 15cm de distância do local do implante, sendo usados no ouvido que fica do lado contrário do marcapasso. Para evitar interferências, também é recomendado que o paciente mantenha uma distância de dois metros de eletrodomésticos que estejam em funcionamento.

2. Sistemas detectores de metais, como de aeroportos e portas giratórias de bancos, devem ser evitados. É importante andar sempre com o documento de identificação que atesta ser portador marcapasso. Nos sistemas antifurto de lojas, recomenda-se simplesmente passar, evitando ficar parado entre as placas.

3. É importante sempre consultar seu médico sobre ressonâncias magnéticas, pois a maior parte dos modelos de marcapasso têm restrições quanto ao exame, principalmente os mais antigos. O mesmo vale para procedimentos como radioterapia, litotripsia e eletroacupuntura, que devem seguir recomendações médicas específicas.

4. Atividades sexuais, exercícios físicos e condução de veículos são permitidos, a não ser que o portador possua outra patologia cardíaca limitante, pois o marcapasso, por si só, não o impede de nada disso. Na dúvida, é sempre bom consultar o médico.

5. Dentro do possível, é bom evitar dormir do lado do marcapasso implantado, principalmente durante os primeiros 10 dias.

saúde

Centro Especializado em Diabetes no DF combate obesidade infantil

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Foto/Imagem: Sandro Araújo/Agência Saúde-DF

Uma história de superação e dedicação que merece ser celebrada! Aos sete anos, Miguel já enfrentava o sobrepeso e o preocupante risco de desenvolver diabetes, uma realidade que acendeu um alerta para sua família. Graças ao acompanhamento especializado no Hospital da Criança de Brasília José Alencar (HCB) e, posteriormente, no Centro Especializado em Diabetes, Obesidade e Hipertensão Arterial (Cedoh), Miguel, agora com nove anos, vive uma verdadeira transformação. Seus resultados são visíveis: mais disposição, uma alimentação muito mais equilibrada e um novo e saudável olhar sobre a vida.

A gente reorganizou a alimentação em casa, introduziu atividades físicas e, com o apoio da equipe, conseguimos evitar que ele precisasse de medicação. A glicemia dele caiu bastante, e o risco de diabetes diminuiu. Foi uma transformação que envolveu toda a família”, compartilha Valdizia Apolinário, 41, mãe de Miguel, com um orgulho que irradia esperança.

A história de Miguel ressalta a urgência e a importância de iniciativas como a do Cedoh. Celebrado no início deste mês (3), o Dia de Conscientização contra a Obesidade Infantil chama a atenção para os graves riscos do excesso de peso na infância e reforça a necessidade de bons hábitos desde cedo. No Distrito Federal, os números são um alerta: uma em cada dez crianças está acima do peso, conforme o último Boletim de Vigilância Alimentar e Nutricional (VAN) do Ministério da Saúde.

Para lidar com os casos mais graves de obesidade infantil, o Cedoh se destaca por oferecer um atendimento multidisciplinar de excelência a crianças e jovens de todas as regiões de saúde do DF, por meio do seu Programa de Obesidade Infantil e do Adolescente. Miguel é um exemplo do sucesso dessa abordagem, sendo acompanhado por uma equipe dedicada de endocrinopediatra, nutricionista, psicóloga e terapeuta ocupacional.

Durante o tratamento, as crianças participam de oficinas educativas lúdicas e eficazes sobre alimentação saudável, a importância da prática de atividades físicas, a organização da rotina familiar e a saúde emocional. “O que me encantou foi a forma como eles falam direto com as crianças. É um trabalho sensível e muito próximo. Um verdadeiro achado na nossa rede”, elogia Valdizia, destacando a singularidade e a qualidade do atendimento.

Camila Pessoa, nutricionista do Cedoh, reforça que a obesidade infantil é uma doença crônica, multifatorial e, infelizmente, ainda pouco reconhecida pelas famílias em toda a sua seriedade. “Muitos pacientes já chegam ao centro com comorbidades, como diabetes e hipertensão. A importância da data, portanto, está em conscientizar pais e responsáveis a agir antes que o quadro se agrave”, explica a profissional, sublinhando o papel crucial da prevenção.

A especialista alerta que o excesso de peso na infância não é apenas uma questão estética, podendo desencadear mais de 200 doenças, problemas cardíacos e distúrbios osteomusculares. “Essas complicações surgem cada vez mais cedo e tornam o tratamento ainda mais complexo. A prevenção é o melhor caminho”, ressalta.

Além dos impactos físicos, os efeitos emocionais podem ser devastadores. “Fatores como preconceito com a aparência e bullying afetam a autoestima e podem desencadear compulsão alimentar, ansiedade e depressão. O acompanhamento psicológico é essencial para romper esse ciclo”, argumenta a psicóloga do Cedoh, Caroline Yonaha.

Na rede pública, quando uma criança ou adolescente é identificado com obesidade em uma Unidade Básica de Saúde (UBS), ele é inserido no Sistema de Regulação para receber o encaminhamento adequado, garantindo que o cuidado especializado esteja ao alcance de todos. Iniciativas como a do Cedoh são faróis de esperança, mostrando que é possível reverter o quadro e construir um futuro mais saudável para as novas gerações.

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saúde

Junho Vermelho reforça doação de sangue em Brasília e alerta para estoques críticos

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Foto/Imagem: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília

No mês que celebra o amor, um gesto pode salvar vidas: doar sangue. Em meio à campanha Junho Vermelho, Brasília se une ao movimento nacional para incentivar a solidariedade e fortalecer os estoques do Hemocentro, especialmente os de tipos sanguíneos negativos, atualmente em níveis críticos.

Até o dia 30, quem tem sangue dos tipos O-, A-, B- ou AB- poderá doar sem agendamento prévio, com atendimento preferencial na unidade. A estratégia visa ampliar o número de doadores em um período de queda nos estoques, típico do início do inverno — época em que infecções respiratórias tornam muitas pessoas temporariamente inaptas para a doação.

Queremos garantir que 100% da demanda transfusional dos hospitais seja atendida”, afirma Kelly Barbi, gerente de Captação de Doadores da Fundação Hemocentro. Ela reforça que o Junho Vermelho não é apenas uma campanha pontual, mas um convite à criação do hábito da doação. “Doar sangue deve fazer parte da rotina, como ir ao mercado ou à farmácia.

Segundo as regras atuais, homens podem doar a cada dois meses (até quatro vezes por ano) e mulheres a cada três meses (até três vezes por ano). Para doar, é necessário estar em boas condições de saúde, pesar ao menos 51 quilos, estar alimentado, hidratado e apresentar documento oficial com foto. Sintomas como dor de cabeça ou mal-estar impedem temporariamente a doação, por segurança.

A campanha já inspira novos doadores, como a assistente administrativa Verônica Góes, de 44 anos, que fez sua primeira doação nesta semana. “Hoje talvez eu não precise, mas alguém sim. E no futuro, pode ser eu ou alguém que amo”, compartilhou.

Para a servidora Maria Gabryella de Oliveira, de 29 anos, doar é um compromisso pessoal. “Sempre que posso, vou ao Hemocentro. Muitas vezes é questão de vida ou morte para quem está no hospital”, reforça. Já o servidor Bruno Vidal, de 39, soma mais de dez doações: “Não sou médico, mas posso ajudar de um jeito simples. Isso faz a diferença.

O Hemocentro de Brasília funciona de segunda a sábado, das 7h15 às 18h, sem pausa para o almoço. As doações podem ser agendadas pelo site Agenda DF ou pela Central 160 (opção 2). Porém, quem optar por chegar espontaneamente também será atendido — uma alternativa importante, já que metade dos agendamentos não são cumpridos.

Neste Junho Vermelho, colocar a solidariedade na agenda pode ser o gesto que salva uma vida.

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