Estreia nesta quinta-feira (28) nos cinemas do Brasil o longa-metragem “O último azul”, novo trabalho do cineasta pernambucano Gabriel Mascaro, um dos nomes de destaque da nova geração do cinema nacional. O filme conquistou o Urso de Prata no Festival de Berlim 2025, prêmio da crítica, e agora chega ao público brasileiro.
“Foi uma alegria muito grande poder estrear na Berlinale, um festival que consagrou o cinema brasileiro com Central do Brasil e Tropa de Elite. Saímos de lá com o prêmio da crítica, um Urso de Prata, e agora finalmente encontraremos o público brasileiro com muito calor e energia”, disse Mascaro.
Trama e temática
Ambientado na Amazônia, o enredo começa quando o governo transfere idosos para uma colônia onde devem passar os últimos anos de vida. Antes do exílio compulsório, Tereza, de 77 anos, embarca em uma jornada para realizar seu último desejo. No caminho, conhece um misterioso marinheiro, vivido por Rodrigo Santoro.
Mascaro explica que a narrativa rompe estereótipos ao abordar desejo e vitalidade na velhice:
“Queríamos mostrar um corpo idoso feminino que pulsa no presente e ressignifica a vida aos 77 anos. Geralmente associamos transformações a pessoas jovens, mas aqui a protagonista vive essa jornada com toda força e desejo de sonhar.”
Elenco e reconhecimento
A protagonista é interpretada pela atriz Denise Weinberg, que recebeu o prêmio de Melhor Atriz no Festival de Guadalajara pelo papel.
“A velhice não é uma coisa triste, se você souber envelhecer, é sabedoria. E envelhecer fazendo o que gosta é maravilhoso”, afirmou.
Sobre a experiência de filmar na Amazônia, Weinberg destacou a imersão:
“Conheci paisagens lindas e intensas. Foi um respiro para a alma, mas também um convite a encarar o envelhecimento com maturidade.”
Crítica e impacto
Para a pesquisadora e professora Ivana Bentes, o longa une estética sofisticada e relevância social.
“Gabriel Mascaro é a síntese do novo cinema nacional. Ele cria interesse internacional pela sofisticação estética e pela escolha de temas sociais importantes. A linguagem do filme comove e mobiliza.”
“O último azul” reforça a versatilidade de Mascaro, já premiado com obras como Boi Neon (2015), e reafirma a força do cinema brasileiro no circuito internacional.

