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Sociedade ativa

De moradores de rua a trabalhadores formais

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Divulgação/Casa Civil

De volta à vida! Como ações do GDF estão transformando a realidade de pessoas em situação de rua

Natural de Ribeirão Preto (SP), André Luís Batista, 44 anos, chegou a Brasília com o filho pequeno nos braços e um desejo claro: recomeçar. Após enfrentar conflitos familiares e instabilidade em sua cidade natal, ele encontrou na capital federal não apenas abrigo, mas também dignidade.

Sem moradia, foi acolhido em uma unidade do Governo do Distrito Federal (GDF) em São Sebastião. Hoje, é funcionário do Serviço de Limpeza Urbana (SLU), contratado após passar por processo seletivo. “Recomeçar é tudo. Dá dignidade, esperança. Ainda mais quando a gente tem um filho que se espelha na gente”, afirma. Agora, o plano é alugar uma casa e seguir em frente com o filho.

Assim como André, outros 34 trabalhadores que já estiveram em situação de rua hoje atuam no SLU. A meta é ocupar todas as 90 vagas previstas no Decreto nº 45.846/2024, que garante 2% das oportunidades em empresas prestadoras de serviço ao GDF para esse público. A ação faz parte do Plano de Ação para a Efetivação da Política Distrital para a População em Situação de Rua, coordenado pela Casa Civil.

“A ideia é oferecer mais do que abrigo: queremos criar caminhos reais para essas pessoas reconstruírem suas vidas”, afirma o secretário-chefe da Casa Civil, Gustavo Rocha.

Dados que mostram progresso

O 2º Censo Distrital da População em Situação de Rua, divulgado pelo IPEDF, trouxe um retrato mais nítido da realidade dessas pessoas. Segundo o levantamento, 41,2% já fizeram ou estão fazendo cursos de formação profissional. Os cursos mais procurados são os de informática (26,9%) e construção civil (20,2%) — uma inversão em relação ao censo anterior.

Um dos destaques é o programa RenovaDF, que bateu recorde em abril com 304 alunos em situação de rua. Muitos, como André e Thais, foram contratados após concluírem a formação.

O poder do recomeço

A gari Thais Ferreira Madureira, 28 anos, também viveu o impacto transformador das políticas públicas. Vítima de violência doméstica, passou noites nas ruas com os dois filhos até ser acolhida institucionalmente. Formou-se pelo RenovaDF e hoje trabalha com carteira assinada.

“Quero terminar os estudos, crescer na empresa e dar uma vida melhor para meus filhos. Essa é uma chance real de recomeçar”, afirma Thais.

O diretor-presidente do SLU, Luiz Felipe Cardoso, destaca que o acolhimento vai além da vaga de emprego. “Nós nos preocupamos com a qualificação e com a continuidade dessas histórias. O mais gratificante é ver o sorriso no rosto de quem passou por tanta coisa e agora tem um futuro.”

Um novo olhar

Para o GDF, a combinação de acolhimento, qualificação e oportunidade profissional tem se mostrado eficaz para tirar pessoas da extrema vulnerabilidade. “Essas ações são portas abertas para quem só precisava de uma chance”, resume Gustavo Rocha. “Estamos construindo um caminho onde cada pessoa possa escrever uma nova história.”

Fonte em Foco. Nosso conteúdo jornalístico é complementado pelos serviços da Agência Brasil, Agência Brasília, Agência Distrital, assessorias de imprensa e colaboradores