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sábado, 13 dezembro 2025, 04:19:50
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Hospital de Base inicia exames de vídeo-EEG no DF

Publicado em:

Repórter: Jeferson Nunes

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O Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF) estreou o primeiro aparelho de vídeo eletroencefalograma (vídeo-EEG) da rede pública do DF, marcando um avanço significativo no diagnóstico de epilepsia e outras condições neurológicas. O equipamento, que custou R$ 400 mil, permite monitoramento contínuo da atividade cerebral por até cinco dias, oferecendo precisão inédita na identificação de crises convulsivas.

Eduardo Rodrigues Ferreira dos Santos, de 25 anos, foi o primeiro paciente a utilizar a tecnologia. Ele convive com episódios convulsivos desde os 6 anos e está em acompanhamento no HBDF há 14 anos. “Estou há 19 anos fazendo eletros, ressonâncias, sem nunca ter uma resposta. Essa é a nossa última esperança, e posso até parar de ter episódios”, relata o jovem.

Como funciona o vídeo-EEG

O exame combina registro elétrico cerebral com filmagens ininterruptas. Eletrodos fixados na cabeça do paciente captam a atividade das áreas responsáveis por episódios neurológicos, enquanto câmeras com visão infravermelha e microfones documentam todos os movimentos 24 horas por dia, inclusive durante o sono.

O monitoramento dura cerca de 120 horas — aproximadamente cinco dias de internação hospitalar. Nesse período, qualquer manifestação clínica é registrada com precisão para análise posterior pela equipe médica.

“Com isso, é possível avaliar se o paciente é portador de epilepsia e qual tipo de crise ele tem. E também é possível distinguir se o paciente é candidato a cirurgias, o que pode levar até à remissão total da doença”, explica o médico André Ferreira, chefe da Neurologia do HBDF.

Economia a longo prazo

Apesar do alto investimento inicial, o neurologista ressalta que o exame gera economia para o sistema público. “Estudos mostram que, se você identifica a epilepsia de um paciente e o opera logo, ao longo de 20 anos isso acaba sendo mais barato do que a continuidade de um tratamento durante esse tempo. Além disso, para o paciente a possibilidade de se livrar dos episódios, não tem preço”, afirma Ferreira.

A mãe de Eduardo, Selma dos Santos Moreira, vive a expectativa de que o diagnóstico traga mais independência ao filho. “É muito complicado porque ele precisa ter acompanhamento o tempo todo. Ele tem convulsões quase toda semana, e quando tem, precisa ter alguém perto já que pode se machucar. Ele não pode dirigir, trabalhar, sair sozinho. É muito difícil”, desabafa.

Estrutura e investimento

Foram adquiridos dois equipamentos de R$ 400 mil cada, com verbas orçamentárias disponibilizadas pelo deputado distrital Jorge Vianna. Duas salas foram totalmente adaptadas para a realização do exame, incluindo instalação de ar-condicionado, câmeras de monitoramento, computadores e um ambiente de controle que permite acompanhamento integral pela equipe médica.

“Conseguimos fazer tudo a tempo para entregar as salas assim que os equipamentos fossem entregues”, conta Robson Marques, chefe da manutenção do HBDF.

Quatro técnicas de enfermagem receberam treinamento específico de três semanas para operar o equipamento. Uma delas é Maria Balbina dos Santos, selecionada por sua experiência prévia com exames neurológicos. “É uma honra estar colocando a mão na massa, ensinando e aprendendo, trocando valores e referências. É uma experiência muito significativa participar de um exame desse tipo, é quase um mundo novo”, afirma a profissional.

Fluxo de atendimento

Os primeiros atendimentos estão sendo direcionados a pacientes com processos judicializados. A Secretaria de Saúde do DF (SES-DF) e o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do DF (IgesDF) trabalham na pactuação do fluxo, agenda e expansão do serviço para ampliar o acesso.

Para André Ferreira, a oferta do exame representa um marco. “Fico muito feliz de podermos finalmente levar um cuidado muito mais complexo para o paciente usuário do SUS. Essa é uma conquista de vários médicos que me antecederam e de todas as pessoas que aguardam por esse exame”, celebra o neurologista.

Cleber Monteiro, presidente do IgesDF, reforça que o vídeo-EEG consolida o Hospital de Base como referência em assistência especializada. “Trata-se de um exame que amplia a capacidade diagnóstica do hospital e garante um cuidado mais preciso aos pacientes com doenças neurológicas. É uma etapa importante no fortalecimento da rede pública e na ampliação de acesso a tecnologias que, até então, não estavam disponíveis no SUS do Distrito Federal”, conclui.

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