As mentorias do MICBR+Ibero-América estão entre as atividades mais concorridas do Mercado das Indústrias Criativas do Brasil, que ocorre no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, em Fortaleza. O evento começou na quarta-feira e segue até domingo, reunindo empreendedores de todo o país em busca de orientação profissional, oportunidades de negócios e troca de experiências.
Após chamada pública, foram selecionados 14 mentores, cada um representando um segmento da economia criativa — da dança às artes plásticas, passando por música, design, moda e audiovisual. Segundo a consultora sênior de Inteligência de Mercado do MICBR, Micaela Neiva, mais de 400 profissionais se candidataram para integrar o time de mentores. Cada especialista deve atender 15 empreendedores até sábado, em sessões individuais de 30 minutos.
Micaela explica que o processo de seleção dos mentorados foi realizado pelos próprios mentores. Ela destaca que a imersão tem sido valiosa para quem participa. Os atendimentos são personalizados, com foco em estratégias de mercado, aprimoramento de produtos e reposicionamento criativo.
Entre as empreendedoras atendidas está Josefa Marques Nazaré, da Associação de Arte e Artesanato Vale da Esperança, de Carapó (MS). Ela trabalha com tingimento natural de lã de ovelha e contou que participou de uma rodada de negócios ainda pela manhã, conseguindo despertar interesse de duas possíveis parceiras. Segundo Josefa, as ideias sugeridas na mentoria foram essenciais para organizar o futuro do negócio.
A orientação dela foi conduzida pela designer e curadora de artesanato Nina Coimbra, que recomendou separar claramente produto e serviço para fortalecer a narrativa de marca. Nina observou que artesãs como Josefa ganham mais força quando valorizam a identidade própria do processo criativo e mantêm foco definido. Para a mentora, o MICBR demonstra como políticas públicas podem profissionalizar o setor cultural e gerar conexões duradouras.
Nina reforça que eventos desse porte estimulam a economia criativa ao promover trocas entre diferentes linguagens e setores. Segundo ela, o impacto ultrapassa o evento em si e reverbera ao longo de todo o ano, fortalecendo cadeias produtivas e ampliando horizontes para artistas, artesãos e empreendedores.
O MICBR segue até domingo com programação voltada para formação, negócios, circulação artística e integração entre expressões culturais brasileiras e ibero-americanas, reafirmando o papel da cultura como vetor econômico e social.

