O projeto Luz, Som e Ação deu início, na segunda-feira (30), a uma série de oficinas gratuitas focadas em capacitar mulheres nas áreas de roadie (técnica de palco) e técnica de iluminação. A iniciativa, que visa aumentar a presença feminina em funções técnicas do setor cultural, tradicionalmente dominadas por homens, começou no Espaço Jovem de Expressão, em Ceilândia.
Realizado pela Guia Acessibilidade Inclusiva, com apoio do Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal (FAC-DF), da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec-DF), do Instituto Federal de Brasília (IFB) e do Jovem de Expressão, o projeto oferece formação prática e teórica. Os cursos têm 15 horas de carga horária, divididas em cinco encontros consecutivos, e conferem certificação às participantes.
Combatendo a desigualdade no setor cultural
Segundo Ellen Oliveira, idealizadora do projeto, a proposta surgiu da dificuldade em encontrar mulheres capacitadas nessas áreas técnicas para eventos culturais. “Sempre enfrentamos barreiras para contratar mulheres em direção de palco, iluminação e áudio. Pensamos então em formar essas profissionais”, explicou.
As oficinas ocorrem em dois locais: o curso de roadie no IFB Recanto das Emas (das 9h às 12h) e o de iluminação no Espaço Jovem de Expressão (das 10h às 13h). Ambos contam com intérpretes de Libras e audiodescrição, garantindo acessibilidade plena. A procura superou as expectativas, com 116 inscrições para apenas 40 vagas disponíveis.
Durante as aulas, as participantes aprendem desde conceitos básicos de eletricidade até o manuseio de refletores, dimmers e mesas de luz. “A expectativa é que elas saiam daqui com uma experiência rica e transformadora”, afirmou a facilitadora Zizi Antunes, que também revelou que as alunas irão confeccionar um equipamento de iluminação como recordação.
Transformando vidas e promovendo inclusão
O projeto já começa a transformar trajetórias. Sâmela Borges, 33, gerente de imobiliária, viu na formação uma chance de ter mais autonomia em seus ensaios fotográficos. Já a técnica em audiovisual Nathalia Oliveira, 28, busca aprimorar seu olhar artístico e repertório técnico com a qualificação.
Alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU — em especial o ODS 4 (Educação de Qualidade) e o ODS 5 (Igualdade de Gênero) —, o Luz, Som e Ação vai além da formação profissional. Ele promove pertencimento, visibilidade e novas oportunidades para mulheres na cadeia produtiva da cultura em Brasília e no Distrito Federal, contribuindo para um cenário cultural mais inclusivo e equitativo.

