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sábado, 6 dezembro 2025, 00:46:03
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OMS alerta para explosão global de câncer até 2050 e desigualdade no acesso a tratamento

Publicado em:

Repórter: Jeferson Nunes

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A Organização Mundial da Saúde (OMS) acendeu um alerta que atravessa continentes: o mundo verá a incidência de câncer saltar de 20 milhões de casos em 2022 para 35,3 milhões em 2050 — um aumento de 77%. O impacto será especialmente severo em países de baixa e média renda, onde os sistemas de saúde já operam no limite e não estão preparados para enfrentar o que especialistas chamam de “tsunami epidemiológico”.

Os dados foram apresentados pela diretora da Agência Internacional para Pesquisa de Câncer (IARC/OMS), Elisabete Weiderpass, durante o seminário Controle do Câncer no Século XXI, realizado pela Fiocruz nesta quinta-feira, no Rio de Janeiro, em alusão ao Dia Nacional de Combate ao Câncer.

Câncer já provoca 10 milhões de mortes por ano
Segundo Elisabete, o câncer de pulmão segue sendo o mais diagnosticado e o mais letal: 2,5 milhões de casos novos e 1,8 milhão de mortes em 2022. O câncer de mama e o colorretal vêm na sequência.
A desigualdade, no entanto, é a marca mais evidente da doença no século XXI.

A Ásia, que abriga 60% da população mundial, concentra metade dos diagnósticos globais e 56% das mortes, reflexo de deficiências estruturais em prevenção, diagnóstico precoce e tratamento.

O impacto econômico é outro componente crítico: segundo a análise da OMS em 180 países, a perda de produtividade por mortes prematuras por câncer custa US$ 566 bilhões — cerca de 0,6% do PIB global. As regiões que mais perdem, proporcionalmente, são as Áfricas Oriental e Central.

Brasil deve ter 1,15 milhão de novos casos até 2050
O cenário brasileiro segue a tendência mundial, com agravantes. O Inca estima 700 mil novos casos por ano no período 2023–2025. A projeção da OMS aponta que o número chegará a 1,15 milhão até 2050 — um aumento de 83%. As mortes devem dobrar no mesmo intervalo, alcançando 554 mil.

“É um aumento massivo. Se nada for feito agora, isso vai estrangular o sistema de saúde”, alertou Elisabete, defendendo políticas urgentes de prevenção, rastreamento e ampliação da capacidade assistencial.

Desigualdade atravessa diagnóstico, tratamento e mortalidade
Autoridades brasileiras destacaram que o câncer já se comporta como a futura principal causa de morte no país, impulsionado pelo envelhecimento da população e pela vulnerabilidade social.

O diretor-geral do Inca, Roberto Gil, afirmou que o termo “combate ao câncer” não reflete mais a realidade.
“É uma doença crônica que precisa ser controlada. E os indicadores mostram que as populações mais vulneráveis seguem negligenciadas”, disse.

Para o presidente da Fiocruz, Mario Moreira, a doença revela desigualdades profundas:
“Tratar o câncer exige reconhecer que ele é determinado socialmente. O Brasil precisa de políticas públicas inclusivas.”

Em vídeo, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, ressaltou que enfrentar o câncer exige cooperação global, sobretudo no acesso a novas tecnologias e no combate a fatores de risco — como o tabaco e os ultraprocessados, cada vez mais associados ao aumento de tumores.

O seminário, coordenado pelos ex-ministros José Gomes Temporão e Luiz Antonio Santini, integra o projeto de pesquisa “Doenças Crônicas e Sistemas de Saúde”, que analisa o futuro das tecnologias de diagnóstico e tratamento do câncer no país.

A mensagem mais repetida pelos especialistas foi direta: sem ação imediata, o mundo corre para um cenário onde o câncer deixará de ser apenas um desafio sanitário — e se tornará um problema social, econômico e estrutural de escala inédita.

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